Dizer que Damien Chazelle está a emergir no mundo da sétima arte é pouco. O mais recente vencedor do Óscar de Melhor Realizador tem apenas 32 anos e está a conquistar o público.
Com apenas três grandes experiências enquanto realizador (quatro, se contarmos com a curta-metragem Whiplash – que originou o filme nomeado para os Óscares), Chazelle é um “pequeno” grande talento que brilhou ao romper convenções também este ano com La La Land (o “primeiro” vencedor da gala). Com a sua versatilidade, deu-nos o seu primeiro filme e musical de jazz, Guy and Madeline on a Park Bench, mas foi com Whiplash (escrito e realizado) que subiu de patamar. O filme nasceu de um sonho antigo de Damien no liceu: a ambição de ser baterista de jazz e a posterior aceitação do talento enquanto realizador. O seu próprio percurso e paixão pela música tem-se provado, de facto, como uma grande influência na sua carreira cinematográfica, dando um toque de intensidade a todos os filmes que realizou.
Com um olho estudado, Chazelle nunca foi só realizador, tendo escrito todos os filmes que fez. Não é, contudo, enquanto guionista que se tem mostrado ao mundo. As cores ousadas que imprime nas suas obras, a dinâmica e tenacidade das cenas e os planos abertos e realistas deram-lhe notoriedade e, acima de tudo, engrandecem o cinema atual, numa mistura de música, devoção e técnica muito bem conseguidas.
Chazelle já mostrou o que consegue fazer. Agora tem de o mostrar noutro registo, mas terá muitos anos pela frente para isso, e um futuro promissor. Esperemos que continue a crescer, alargando ainda mais as asas do cinema e emocionando cada pessoa que vê um filme seu. Costumo dizer que um bom realizador vê-se pelo carisma que os seus filmes têm. E isso nunca lhe faltou.
There’s something very particular about the kind of rage you feel when you’re alone in a practice room by yourself, unable to master a simple thing like a rudiment. Damien Chazelle