E por fim, dizemos bella ciao à La Casa de Papel, com esta 2ª e última temporada relâmpago que já deixa saudades. Por ora, My life is going on, já nos cantava a Cecilia Krull.
La Casa de Papel é uma série tão completa e impactante que, chegando ao fim, fica logo aquela nostalgia tão característica a um entusiasta que viu a sua atenção sugada na totalidade. Aqui proponho uma viagem franca pelo que de melhor se experienciou nesta derradeira temporada – SPOILER ALERT GUYS! Se ainda não viram esta segunda parte, está na hora de sair do artigo. Ou…
… de leram a nossa crítica à 1ª temporada! La Casa de Papel: o fenómeno que te toma de assalto
De antemão sabíamos que drama e suspense se casavam harmoniosamente nesta série, fazendo ainda triângulo com uma dose de acção q.b. – mistura-se tudo e obtemos o concentrado de seis episódios para nos dar o desfecho mais aguardado: vão conseguir escapar ilesos? O Professor (Álvaro Morte) será desmascarado?
A temática do Tempo continua bem latente: durante a análise em Toledo que demoraria três dias, para a inspectora Raquel Murillo (Itziar Ituño) bastaram 50 minutos; uma chamada é feita a cada seis horas sendo que completando 24h significaria a prisão para o Professor (Álvaro Morte), sendo que este último, também denominado Chuck Norris com óculos (laughing out loud) conferiu ao golpe 20 anos de preparação.
O tempo não deixa de se traduzir em números, e por falar neles, o assalto mais popular do momento foi rotulado de cedência de liquidez, mas com mais estilo, rendendo um total 184 milhões de euros (wow!) sendo que às 102 horas de assalto o Professor (Álvaro Morte) é finalmente descoberto pela inspectora Raquel Murillo (Itziar Ituño) graças a um fio de cabelo laranja. No fim, o tempo volta para trás, mas não para todos.
As personagens que já conhecíamos têm ainda possibilidade de crescerem e se emanciparem mas nunca perdendo a coesão, como as plaquetas que se unem para o tratamento de uma ferida – grande metáfora dissertada pelo Berlin (Pedro Alonso). O passado insurge-se para ser resolvido com a perspectiva de um futuro quase intocável, mas o Professor (Álvaro Morte) continua o mesmo na arte da previsão e improviso.
Todavia, o que diferencia as séries são os pormenores e apontamentos geniais, sempre salpicados do vermelho sangue (quase uma personagem adicional): ora, temos postais do Palawan, Síndrome de Estocolmo, Plano Chernobil, polígrafos, matriarcado e casting falso de palhaços, gatos pretos do azar, variáveis imprevisíveis, telemóvel sem bateria, amores assumidos, e sincronização da vida de 3 mulheres – é ou não é uma loucura pegada?
Inevitavelmente, tenho de dar destaque ao inaudito momento em que o Professor (Álvaro Morte) consegue finalmente chegar à Casa da Moeda de Espanha unindo as mãos a Tokio (Úrsula Corberó) naquele túnel sufocante e poeirento – para salvar Moscou (Paco Tous) não foi suficiente. Não posso deixar de fazer adicionalmente um paralelismo com GOT, pois o nosso Professor (Álvaro Morte) também faz a sua homenagem aos mortos, assim como Robert Baratheon quando chega ao Norte.
Em suma, aquilo que ficará desta série e que perdurará na nossa memória, quando numa mesa com amigos trouxermos La Casa de Papel à baila é, sem dúvida, as cenas que não conseguiremos esquecer.
Antevendo esse gladiar de opiniões, entre as minis:
– A morte de Oslo pelas mãos do Helsinque.
– Não brinques, viste bem o jogo da roleta russa entre Tokio e o Berlin?
– Valeu-lhe ser expulsa amarrada a uma mesa – grande momento!
– Não, de longe o voo de mota dela entrando pela “porta mágica” sem a polícia conseguir impedir!
– Eu soltei uma lágrima com a morte do Moscou.
– Sim, mas o Berlin a ser fuzilado com o Bella ciao a tocar de fundo é arrepiante.
E vocês o que dirão quando vos falarem da La Casa de Papel?