Imortalizado pela icónica série “Os Sopranos”, Michael Imperioli concedeu uma entrevista exclusiva ao Cinema Pla’net onde falou sobre o seu filme mais recente “Cabaret Maxime”, mas também sobre a vida em Portugal, projetos futuros e o impacto de “Os Sopranos”.
Sobre “Cabaret Maxime”…
Baseado na história do Cabaret Maxime (na vida real na Praça da Alegria, junto à Avenida da Liberdade, no filme deslocado para o Cais do Sodré), o realizador Bruno de Almeida, sócio de Manuel João Vieira no espaço original, juntou o seu grupo de atores habituais – Michael Imperioli, John Ventimiglia, Ana Padrão, Drena De Niro, Nick Sandow e Sharon Angela – para um filme muito pessoal que demorou mais de uma década até à sua concretização.
O Cabaret Maxime original era um espaço muito especial, recheado de uma história e atmosfera únicos, bem como de grandes espectáculos… é triste que já não exista. Na primeira vez que fui ao Cabaret vi a banda Ena Pas 200 a tocar… era noite de casa cheia e a performance foi incrível. Consegui voltar a vê-los tocar quando recriámos o club para o filme!
Michael Imperioli é o protagonista, interpretando Bennie Gaza, o dono do Cabaret Maxime, um espaço burlesco num bairro decadente, que tenta resistir às grandes empresas que estão a comprar os prédios e a despejar os residentes, em busca do lucro e dos turistas.
Como conheceu o realizador Bruno de Almeida?
Conheci o Bruno há 22 anos quando ele estava a fazer o casting do filme “On the Run – Em Fuga” (1999).
Como foi a experiência de voltar a trabalhar com Ana Padrão e John Ventimiglia?
A Ana Padrão é das melhores pessoas (ator ou atriz) com quem já trabalhei. É corajosa e não tem medo, é generosa nas suas performances mas sem ego… Adoro trabalhar com ela. O John Ventimiglia já o conheço desde os 17 anos, conhecemo-nos na escola de atores… portanto trabalhar com ele é como trabalhar com um irmão… O Johnny é o ator mais fisicamente vivo que se pode encontrar… o seu corpo é o seu instrumento e ele usa-o expressivamente.
Sobre “Os Sopranos”…
“Os Sopranos” foi especial porque todos já nos conhecíamos antes da série, por isso tornou-se como que uma família real.
Christopher Moltisanti na série de culto, uma personagem impulsiva que via em Tony Soprano uma autêntica figura paterna, Michael Imperioli ascendeu numa carreira marcada pelas seis temporadas que se estenderam de 1999 a 2007.
“Os Sopranos” sempre terão um impacto em tudo o que fizer porque foi e ainda é muito popular e venerado.
Sobre o passado e o futuro no cinema…
Interpretou Spider em “Goodfellas – Tudo Bons Rapazes”. Como foi trabalhar num filme realizado por Martin Scorsese?
O Scorsese confiou-me um papel muito importante, muito antes de qualquer outra pessoa saber quem eu era. Ficar-lhe-ei eternamente grato por isso.
Trabalhar com Scorsese tão cedo na carreira permitiu a Imperioli uma abertura ao mercado cinematográfico que o levou a realizadores como Spike Lee (“A Febre da Selva”, “Passadores”, “Verão Escaldante”…), Peter Jackson (“Visto do Céu”) e Paul Auster (“A Vida Interior de Martin Frost”, cujo final das filmagens foi em Sintra), mas quando se pergunta com quem ainda gostaria de vir a trabalhar, a resposta é direta:
Adoraria trabalhar com o Emir Kusturica.
E como escolhe os seus projetos?
Escolho os meus projetos um de cada vez e por diversas razões, mas começa sempre pelo argumento.
O que nos pode dizer sobre os seus próximos filmes?
“Primal” é um thriller emocionante com o Nicolas Cage e “The Last Full Measure” é um drama política com um incrível elenco de lendas como Christopher Plummer, William Hurt, Ed Harris, Peter Fonda e Samuel L. Jackson.
Sobre a vida em Portugal…
Já fez vários filmes em Portugal. Quão diferente é o ambiente nas filmagens entre Portugal e os EUA?
Trabalhar em Portugal e nos EUA é muito semelhante, mas a comida é melhor nos sets portugueses! E às vezes também servem vinho ao almoço! Isso nunca aconteceria nos EUA.
Porque deixou Nova Iorque para viver em Santa Bárbara (Lourinhã)?
Vivo em Santa Bárbara pela paz e sossego mas quero voltar a ter um lugar em Nova Iorque e passar tempo em ambos. Assim tenho o melhor dos dois mundos!
Para terminar, há algum lugar em Portugal que gostaria de visitar mas que ainda não teve oportunidade?
Nunca fui ao Porto e adorava mesmo lá ir.