Loving Vincent levou cerca de 6 anos a ser finalizado. É composto por pinturas a óleo, trabalhos de cerca de 125 artistas profissionais. Existe um certo misticismo no uso destas pinturas.
Em tons caraterísticos de Van Gogh, a obra foca-se na jornada de Armand Ruling em procura de respostas em relação Vincent Van Gogh. Quero realçar a atuação de Douglas Booth (Armand Ruling) que para mim foi formidável!
Ouvimos falar de Van Gogh por terceiros, nunca numa visão muito próxima do pintor. Não sou muito fã deste aspeto, mas adorei a forma como este filme foi feito.
Todos os personagens que vemos neste filme são baseados em retratos realizados por Van Gogh. Desde pessoas que conviviam com o pintor diariamente a artistas.
Em At eternity’s gate Willem Dafoe dá um perfeito Van Gogh. A loucura genial que transpareceu foi uma ótima captação do pintor. Está de tal modo bem interpretado que quase entramos na cabeça de Van Gogh e compreendemos as suas razões para tudo.
Considero que, no entanto, poderia ter passado um pouco mais daqueles com que Van Gogh passava o seu dia-a-dia. É uma história de um lado apenas, o que tanto pode ser bom, se quisermos uma visão apenas focada na personagem principal, como pode ser mau, se preferirmos uma história com várias vertentes.
Comparando ambas as obras, é seguro dizer que me senti mais próxima de Van Gogh em At eternity’s gate. Mas não posso dizer que tenha gostado mais do que Loving Vincent.
Sei que fiquei sem dúvidas em relação à morte do pintor com At eternity´s gate. Enquanto que, em Loving Vincent, não nos é dada uma grande resposta em relação e esse tópico, apenas teorias desenvolvidas. Embora, no fundo, saiba que não existem respostas certas.
Senti que At Eternity’s Gate foi muito monótono durante alguns momentos – em que o que me apeteceu foi passar à frente para onde existia ação.
Vê também: “A Paixão de Van Gogh”, de Dorota Kobiela e Hugh Welchman.
Faz parte da essência do filme, e compreendo isso de um ponto de vista mais técnico. Mas enquanto espectadora, não me chamaram à atenção as intermináveis cenas focadas no horizonte – onde até nós próprios nos sentimos um pouco loucos. Talvez esse seja exatamente o objetivo.
Que também nós sejamos loucos, por uns momentos, à nossa maneira.
Considero ambos os filmes bastante delicados, embora Loving Vincent tenha um ponto extra neste aspeto – exatamente pelas pinturas.
Para além de histórias sobre a vida de Van Gogh são também um abre olhos para o quanto a nossa vida consegue, e nós, seres humanos, conseguimos ser tão frágeis.