A linha entre homem e animal extingue-se neste “Lycanthropy”, uma curta-metragem que tem uma boa ideia na superfície mas falha na execução.
Alexander Black escreve e realiza este “Lycanthropy”, um thriller de 15 minutos que conta a história do detective Kessler (Paul Duncan) que investiga o desaparecimento de uma menina. Quando percebe que não será possível resolver o caso com procedimentos normais, os seus instintos animalescos vêm ao de cima enquanto ele faz de tudo para encontrar a criança.
Tal como uma curta-metragem, este meu artigo de opinião também será curto e directo ao assunto. “Lycanthropy” tem uma ideia interessante de se explorar, mas a execução não nos consegue abrir o apetite para vermos mais desta história.
Indo por um sentido mais literal do que muitas histórias com este tema, a ideia de um detective dar asas à raiva contida e abrir mão da humanização e mostrar as garras e dentes afiados que tem é apelativa. Isso é inegável.
Porém, grande parte do que afunda esta curta são as interpretações por parte do elenco. Apesar de Paul Duncan, no papel de protagonista, fazer todos os possíveis para trazer algum talento, o resto dos actores que o rodeiam não o conseguem acompanhar e faz com que toda a seriedade que Alexander Black quer dar à sua história descamba, chegando a roçar o embaraçoso.
Alexander Black faz os possíveis em termos técnicos para que este “Lycanthropy” esteja apresentável. Tanto em som como em fotografia, a curta é aceitável e até tem algumas ideias interessantes, como o de vermos imagens de um lobo à medida que o nosso protagonista vai se tornando mais animal.
Porém, com um final indesejável e um elenco que torna toda a experiência custosa, “Lycanthropy” tem uma ideia interessante por base, mas uma execução pobre faz com que o espectador não deseje ver uma versão alongada deste filme.