Ryan Hardy está de volta ao pequeno ecrã, um ano após os acontecimentos que finalizaram a segunda temporada. Um dos gémeos de Lily Gray ainda respira e, apesar de muita coisa ter mudado, torna-se a prioridade número um. Joe Carroll está preso e não representa uma ameaça e Hardy já ultrapassou o problema e, inclusive, encontrou um novo amor. Max e Mike separaram-se, apesar química entre ambos ser perfeita.
Não sou grande fã de “The Following”, especialmente pela sua fórmula cansativa e sem gosto. Gosto de Kevin Bacon e do seu retrato de detetive obcecado em perseguir um inimigo que funciona como um espelho para mostrar o seu lado mais negro. A dupla Shawn Ashmore e Jessica Stroup é também um dos pontos mais fortes, a sobrinha de Hardy e o agente do FBI têm uma química muito interessante. Mas, não gosto de mais nada, não gosto da premissa que assenta num escritor e professor de literatura se tornar num serial killer sem requinte e que passa a vida a babujar uns quantos ideais moralistas, não gosto da ideia de haverem seguidores pré-idealizados para darem continuidade a um destino que todos nós não precisamos de ser muito inteligentes para adivinhar. A série cai numa monotonia previsível para além da técnica de filmagem ser infantilizada e preguiçosa e o enredo carregado de clichés e fraca consistência.
Na segunda temporada, a equipa de guionistas não conseguiu enaltecer a série através do assassino que deu origem ao seu arranque e, portanto, inventaram uma espécie de versão feminina de Joe Carroll, numa prestação banal de Connie Nielsen. Lily Gray é uma milionária que não tem qualquer motivo para ser uma assassina, fá-lo porque é divertido. A seu lado inúmeros seguidores, vindos de todas as partes do mundo, guiam-se pela sua causa inexistente. Acima de tudo tem os seus gémeos: Mark e Luke, encarnados maravilhosamente por Sam Underwood, que são bem maquiavélicos. Lily foi morta por Mike e Luke por Max e, ao escapar, sabemos que o próximo vilão de serviço será o pobre Mark.
O jovem desgostoso quer vingar a morte dos seus familiares, algo que Hardy já devia estar à espera. É certo que em “The Following” é difícil recuperar de algo que nunca esteve bem para começar, mas confesso que o seu regresso foi agradável. Não temos Joe Carroll, nem Lily Gray, nem Claire, mas temos um perturbado assassino que é bem mais carismático que todos os anteriores combinados.
Não estou com grandes expectativas, muito menos entusiasmado pelo resto, mas dou o mérito por terem pegado numa ramificação da narrativa mais interessante do que manter o aborrecimento da sua história mãe. Não é uma série que aconselhe a ninguém porque há bastantes policiais que tendem a ser mais criativos do que a mente “obcecada” de Kevin Williamson, que é o autor de “Scream”, nem mesmo para o Domingo à tarde depois de uma rasca demonstração do que a TVI chama de cinema e/ ou novela.