Clint Eastwood está de volta ao grande ecrã com nova obra baseada em factos verídicos. “O Caso de Richard Jewell” retrata um acontecimento marcante da história recente dos EUA.
O novo filme de Clint Eastwood conta a história de um segurança chamado Richard Jewell (Paul Walter Hauser) que salvou milhares de pessoas de morrer num atentado depois de descobrir uma bomba no Centennial Olympic Park, nos Estados Unidos da América, durante os Jogo Olímpicos de 1996. Considerado por todos um herói, rapidamente se vê difamado pelos média e alvo de uma perseguição por parte do FBI, tornando-se no principal suspeito. Ao ver-se em tal situação, Jewell recorre a um advogado, Watson Bryant (Sam Rockwell), que luta arduamente para limpar a sua imagem.
Com 89 anos, Eastwood, abraçou novamente um projeto que retrata um caso verídico. Depois de filmes como “Sniper Americano”, “Milagre no Rio Hudson”, “15:17 Destino Paris” e “Correio de Droga”, que também protagonizou, o já vencedor de 4 Óscares, continua na senda de mostrar no grande ecrã histórias da vida real.
“O Caso de Richard Jewell” demora muito a arrancar. Com uma introdução demasiado grande, o filme, aos poucos, vai começando a revelar o fraco argumento que o compõe. Apesar de estar longe dos seus melhores desempenhos como realizador, como quando ganhou o Óscar por “Imperdoável” e “Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos”, Eastwood não desaprendeu, é um facto. Mas também não trouxe nada de novo. Para além disto, continua a cometer os mesmos erros, perfeitamente desnecessários, como quando quer dar um tom mais acirrado ao que de facto aconteceu, com o intuito de avolumar cenas, sem haver qualquer necessidade. Criando por vezes pequenos detalhes que só atrapalham.
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O filme é salvo sobretudo pelos atores que compõem o elenco e o que fazem com as suas personagens. Apesar de não apresentarem muito de conteúdo, estas são sustentadas por grandes atores como: Sam Rockwell (“Três Cartazes à Beira da Estrada”) e Jon Hamm (“Mad Men”) ou Kathy Bates (“Misery – O Capítulo Final”). Para além do protagonista do filme, Paul Walter Hauser (“Eu, Tonya”), que, apesar do curto currículo, revela já uma enorme capacidade, almejando um futuro promissor
O que costuma ser bom nos filmes de Clint Eastwood e que aqui se faz notar em alguns momentos e que, era pedido bem mais noutros, são os diálogos. Alguns diálogos algo intensos e, uma vez mais, muito bem executados pelos atores,são contrapostos com outros tantos que pouco trazem de relevância.
Em suma, tal como acontece em outros filmes do realizador, existe um fascínio pelo “herói” norte-americano. Uma obsessão desmedida que o faz exagerar ao enfatizar um certo tema. Porém, continua também a existir, e ainda bem, o permanecer de algumas técnicas usadas outrora por Eastwood, tanto na narrativa como na utilização dos planos.