O realizador Jim Jarmusch convidou vários amigos e colocou-os a enfrentar uma enxurrada de zombies no seu novo filme “Os Mortos Não Morrem”.
Vários são os filmes que pegaram em temas terroríficos e transpuseram para um cenário mais cómico, sejam vampiros ou lobisomens, fantasmas ou zombies. Estes últimos voltam a sair das suas campas para este “Os Mortos Não Morrem”.
Aqui, Jim Jarmusch reuniu vários dos seus amigos e antigos colaboradores em outros filmes seus, entre os quais Bill Murray, Adam Driver, Tilda Swinton, Iggy Pop, Tom Waits, e muitos mais. O elenco é pejado de estrelas reconhecidas pelo grande público, o que trouxe uma grande atenção do mesmo para esta película.
A acção do filme decorre em Centerville, povoada por personagens caricatas, como um eremita, um gasolineiro fanático por cultura de terror e uma agente funerária com atitude de samurai.
Devido a alteração no eixo rotacional da Terra, a cidade terá de enfrentar zombies que regressam do mundo dos mortos e dizimam tudo o que lhes aparece à frente. Toda esta acção é fortemente salpicada por um tom irónico que altera totalmente a percepção da situação.
O ponto mais fundamental de “Os Mortos Não Morrem” é o seu vasto elenco, recheado de celebridades talentosas que se ajustaram ao tom do filme de uma forma invejável. Todos eles oferecem performances apáticas e com pouca credibilidade, aumentando o nível humorístico da situação.
A intenção de “Os Mortos Não Morrem” seria a de criar uma comédia bizarra, com um sentido de humor seco e incomum, não sendo a preferência de toda a audiência. Muito deste efeito é conseguido através das performances do seu elenco.
Porém, tal como o ponto mais forte deste filme ser o seu elenco recheado de estrelas, este também é a única coisa que “Os Mortos Não Morrem” tem para oferecer em toda a sua plenitude.
O argumento tem muitas pontas soltas e arcos de personagens que não leva a lado nenhum. Muitas das piadas são repetidas até à exaustão, como que private jokes que a audiência não está por dentro. Toda a piada fica obsoleta com bastante rapidez, deixando apenas um silêncio desconfortável entre os espectadores.
Apesar do seu conceito incomum e excêntrico, “Os Morto Não Morrem” não chega a abraçar o seu potencial e esticar o enredo para extremos no que toca a ridicularidade. Não chega a ser divertidamente estranho nem engraçado de forma comum, permanecendo num limbo durante toda a sua duração.
Com um ritmo lento no que toca ao desenrolar dos acontecimentos, típico dos filme de Jim Jarmusch, “Os Mortos Não Morrem”,e um argumento mal construído, não chega chega a atingir todo o seu potencial, ficando a morrer na praia. Pelo menos, ficou a intenção de tentar fazer um filme de culto digno desse nome.