“Pela Hora da Morte” é uma comédia que combina marionetas a interagir com humanos, ao estilo de “Os Marretas”. Mas, conselho de amigo, não levem crianças a ver este filme. Fica o aviso.
Numa Los Angeles em que os humanos vivem juntamente com marionetas, os atores/marionetas de uma série infantil dos anos 80 começam a ser assassinados. De forma a conseguir descobrir quem é o assassino, o investigador privado Phil Philips (Bill Barretta) terá de unir forças com a sua ex-parceira humana Detetive Connie Edwards (Melissa McCarthy), enquanto tenta corrigir os erros que cometeu no passado.
Depois da explosão que ocorreu no entretenimento de séries animadas dirigidas especialmente para um público adulto, o salto mais lógico seria o de tornar marionetas, um boneco criado para entreter crianças, como um meio de comédia madura permitida somente para maiores de idade. É neste conceito que nasce “Pela Hora da Morte”. Um filme que apresenta uma comédia forte nos temas e com um discurso selvagem.
Ver Também: Meg: Tubarão Gigante – Um Monstro que Deixa a Desejar
O objetivo principal de uma comédia é bastante simples: fazer rir o espectador. Não é tarefa fácil, mas se o fizer, então será, pelo menos, uma experiência agradável. O filme “Pela Hora da Morte”, com o seu jeito bruto e cru, consegue cumprir o objetivo dum modo natural. Só o facto de vermos uma marioneta a dizer obscenidades é suficiente para nos colocar um sorriso na cara. Numa mistura de piadas inteligentes e outras mais acessíveis, consegue gerar com facilidade um clima cómico do início ao fim.
Neste âmbito, temos que mostrar o nosso apreço pelo trabalho dos atores. Seja os que dão voz às marionetas ou os que têm de contracenar com estas, todos dão o seu melhor para nos fazer acreditar que aquele mundo é real e que aquilo é o dia-a-dia deles. Terei ainda de fazer uma especial menção a Melissa McCarthy que, apesar de muitas vezes não estar inserida nos melhores filmes, demonstra aqui o porquê de ser uma das melhores atrizes de comédia da actualidade.
Grande parte do ponto central do filme revolve em torno da pouca confraternização que existe entre humanos e marionetas. Essa temática, acaba assim por gerar piadas e metáforas sobre racismo e xenofobia presente na nossa sociedade atual. O argumento não perde a mínima oportunidade para demonstrar a sua mensagem, algo que, às vezes, pode parecer demasiado. E, devido ao facto de estar em constante tentativa de fazer a audiência rir, algumas piadas são um pouco forçadas e ficam aquém daquilo que se estava à espera.
“Pela Hora da Morte” apresenta-se num formato de comédia satírica que não irá agradar a todas as pessoas. Com um enredo simples mas eficaz, Brian Henson realiza um filme que divertirá quem estiver disposto a deixar-se guiar pelo submundo das marionetas. Não chega a ser inovador o suficiente para percorrer novos territórios, mas será, certamente, um serão bem passado.