Para a surpresa de muitos, na cerimónia de 2002, o Óscar de Melhor Animação (estreado naquele ano) não foi dado a um filme da Disney, mas sim a “Shrek”.
A história do ogre mais adorado dos contos de fadas foi contada pela primeira vez em ‘Shrek!’, livro lançado em 1990, da autoria do cartoonista americano William Steig, falecido em 2003. Seguindo o despedimento do americano Jeffrey Katzenberg do cargo de Presidente da Disney, em 1994, foi fundada a DreamWorks Pictures. A empresa era liderada precisamente pelo antigo chairman da divisão de estúdios da Walt Disney Company , e pelos produtores David Geffen e Steven Spielberg.
Em 2001, com a estreia de “Shrek”, do neozelandês Andrew Adamson e do americano Vicky Jenson, a intenção era muito clara – satirizar sem receios, adotando um humor mais adulto, igualmente procurando os diversos defeitos das animações do estúdios de desenhos animados mais conhecido e apreciado da história do cinema (até então). Passaram-se 17 anos e o filme do inofensivo monstro verde, que recebeu a voz do canadiano Mike Myers, ganhou uma reputação que lhe obteve três sequelas, sendo a última de 2010.
Em Fevereiro de 2014, numa entrevista à Fox Business Network, Katzenberg declarou que um quinto filme aconteceria certamente. Declarou, contudo, que o público e os personagens apenas precisavam de descansar. Afirmou que nem os estúdios nem o protagonista tinham ainda acabado. Em junho de 2015, depois do conglomerado da NBC e da Universal (duas empresas da Comcast) adquirir os direitos das animações da DreamWorks por 3.8 biliões de dólares, o diretor executivo Steve Burke discutiu planos para ressuscitar a franchise. Em julho de 2016, o jornal The Hollywood Reporter falou numa data de estreia algures em 2019. No mês de setembro do mesmo ano, o ator Eddie Murphy (o adorável e tagarela Burro) afirmou que um quinto filme chegaria em 2019 ou 2020, sendo que um guião da autoria do americano Michael McCullers (“The Boss Baby”) já estava escrito.
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Foi só recentemente que, fontes como a Variety anunciaram que Chris Meledandri, o CEO da Illumination (uma das ramificações da NBCUniversal) e o produtor dos filmes “Gru – O Maldisposto”, está atualmente encarregado do referido quinto filme. Aliás, não só o americano trará os personagens Shrek, Burro e Fiona de volta. Irá igualmente fazer regressar o Gato das Botas, na sua própria sequela. O spin-off “O Gato das Botas” estreou em 2011 e recebeu críticas mistas. A intenção do produtor é trazer efetivamente o elenco original de volta. Este afirmou à Variety:
Quando olhas para aquelas performances vocais, elas são espetaculares e, enquanto certamente farias uma exceção para uma reinvenção completa, eu vejo-me a responder aos meus próprios sentimentos nostálgicos de querer voltar àquelas caracterizações. O desafio para nós tem sido encontrar algo que faça mesmo sentir que este não é simplesmente outro filme numa série de sequelas.
Futuramente, resta apenas saber se a ideia do regresso do elenco original se concretiza. Até porque o mesmo não se encontra nos seus melhores anos. Mike Myers tem tido dificuldade em recuperar a credibilidade de ator perante os estúdios depois de fracassos como “O Guru do Amor” e consequentes longos anos em inatividade. Eddie Murphy encontra-se numa situação semelhante, procurando explorar territórios dramáticos, após a péssima receção de inúmeras comédias ao longo do século XXI, como “Pluto Nash” e “Norbit”. Já Cameron Diaz retirou-se de Hollywood em 2014, depois de se afirmar desinteressada das produções cinematográficas, após coisas como “Sex Tape – O Nosso Vídeo Proibido” e “Annie”, dois grandes embaraços para o seu currículo.