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Subtilezas (Des)Medidas | Os filmes que marcaram a carreira de Bradley Cooper

Rúben Fonseca
  • Dezembro 11, 2017
  • 5 min read
Subtilezas (Des)Medidas | Os filmes que marcaram a carreira de Bradley Cooper

Bradley Cooper, cuja carreira leva apenas dezoito anos, revela-se um ator que garante segurança aos realizadores que o dirigem, revelando sempre determinação e competência.

Nascido na cidade de Filadélfia no estado da Pensilvânia, em 1975, Bradley Cooper é um dos atores que mais evoluiu nos últimos anos, impondo sempre nas suas interpretações o seu cunho de entrega, responsabilidade e competência.

O ator norte-americano encetou a sua carreira em 1999 num episódio da série “O Sexo e a Cidade” e nunca mais parou. Depois de três indicações ao Óscar de melhor ator principal e secundário, abraça também a carreira de realizador e argumentista com o filme “A Star is Born” que estreará no próximo ano.

Phil em “A Ressaca” (2009)

Personagem: Um homem que acorda com dois dos seus companheiros num quarto de hotel depois de uma despedida de solteiro e, sem se lembrar de nada, inicia uma jornada na procura pelo quarto membro do grupo, o noivo.

É com este filme que a carreira do ator começa a ganhar alguma forma. Com uma personagem divertida, embora não muito refrescante, consegue contribuir bastante para o regresso de uma boa comédia como não se via há muito tempo no cinema.

Bradley Cooper começa a revelar alguma desenvoltura, embora nada de muito significativo, primeiro porque o próprio papel “não pede”, mas também porque se nota que se tentasse ir mais longe poderia (quase de certeza) quebrar, fruto da pouco experiência, mas sobretudo, pela falta de papeis desafiantes.

De salientar que, ao longo da trilogia, não há uma evolução significativa da personagem, contudo corresponde àquilo que é pretendido.

Realização: Todd Phillips.

Eddie Morra em “Sem Limites” (2011)

Personagem: Um escritor fracassado que, depois de experimentar uma nova droga (NZT-48), consegue aumentar as funcionalidades do cérebro. Contudo, depois de uma excelente fase, surgem os efeitos secundários dessa mesma droga.

O desempenho é estável, razoavelmente seguro e credível. O ator consegue fazer com que a personagem não seja mais do mesmo, mas também não transcende para um patamar superior.

Uma atuação que é marcada pelo enorme frenesim que lhe imperado, que permite, assim, disfarçar ou camuflar possíveis e expectáveis falhas, remetendo a prestação para um “bom menos”. É claramente percetível a ideia de que o ator mostra competência e da grande margem que tem para melhorar.

Realização: Neil Burger.

Pat em “Guia para um Final Feliz” (2012)

Personagem: Um homem que depois de passar algum tempo internado numa clínica psiquiátrica pretende começar tudo de novo e remediar os erros do passado.

É com este filme que Bradley Cooper começa a mostrar algum à vontade, mas acima de tudo, alguma consistência. Sem grandes erros, sempre lado a lado com a personagem, negligenciando qualquer paradoxo, vagueia pelo filme com o destino traçado. Ou destinos traçados, a personagem e o desempenho do ator.

Com um bom desempenho, seguro, genuíno e credível, peca quando se torna pouco subtil no momento em que a excentricidade aparece e o faz exceder-se. Levado pela onda da excitação da personagem, quase que se confunde com a mesma, deixando pouco rico o final da sua prestação.

Esta prestação dá origem à primeira nomeação ao Óscar, no caso, de melhor ator principal.

Realização: David O. Russell.

Richie DiMaso em “Golpada Americana” (2013)

Personagem: Um agente do FBI que, após ter apanhado dois criminosos, os força a colaborar consigo para acabar com outros criminosos, em troca de imunidade pelos seus crimes anteriores.

Como características próprias e que marcam o ator, o empenho na construção da personagem e a segurança com que desempenha o papel neste filme são notórios. Inegável e de fácil constatação é também a destreza com Cooper interpreta o papel.

Contrariamente a alguns papéis póstumos, não extravasa em momentos críticos. Começa a perder um hábito que se adivinhava ser crónico. É assim que consolida o crescimento da exponencial positiva que diz respeito ao seu talento.

O desempenho do ator é, não sempre, mas em grande parte do filme, subtil e é aqui que agarra o troféu de excelente prestação. Este desempenho garantiu a segunda nomeação ao Óscar, neste caso de melhor ator secundário.

Realização: David O. Russell.

Chris Kyle em “Sniper Americano” (2014)

Personagem: O franco-atirador mais letal da história do Estados Unidos da América.

Sujeito a uma transformação física enorme, Cooper entrega-se de corpo e alma ao projeto. Não sendo este o desempenho em que melhor demonstra as suas capacidades, apenas pela restrição do papel, é quando revela mais firmeza. O papel não tem muita margem de manobra, mas centrando no que era pedido, é neste filme que o ator enche a enfusa, sem colocar a gota que faria transbordar.

É com esta atuação que Bradley Cooper atinge o pico da exponente já referida. É o seu desempenho mais consistente, onde chega ao topo da comum característica que impõe nos seus papéis: a segurança. Fazer referência que, para além de atuar no filme, junta a esse papel o de produtor.

Com o desempenho neste filme, garante a terceira nomeação para o prémio máximo do cinema, no caso, o Óscar de ator melhor principal.

Realização: Clint Eastwood.

Rúben Fonseca
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Rúben Fonseca

Rúben Fonseca, 23 anos, licenciado em Educação Social na Escola Superior de Educação do Porto. Sou de Valongo, Porto. Os meus interesses passam pelo cinema, futebol e política. Considero-me uma pessoa extremamente auto-crítica e perfecionista.

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