Wij – um filme sombrio que não está longe da realidade

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“Wij” é um filme do realizador holandês Rene Eller, que também é argumentista e produtor de outras obras como Fad TV (1997) and Boy George: Funtime (1995). O seu filme “Wij” (We) esteve presente na secção principal do Festival  MOTELX – «Serviço de Quarto» destinado às melhores longas-metragens de terror feitas nos últimos dois anos. Também esteve presente no Rotterdam International Film Festival e no Zlin Film Festival.

Wij

Sinopse: Durante um verão, numa aldeia perto da fronteira entre a Holanda e Bélgica, oito adolescentes vão à descoberta de novas experiências de forma a quebrar as suas vidas monótonas. Desafiam-se uns aos outros e a eles próprios. As suas curiosidades e desejos sexuais acabam por quebrar todos os limites. Tudo começa com umas brincadeiras relativamente inocentes, mas que acabam por ser insuficientes. Os seus jogos sexuais transformam-se gradualmente em pornografia, prostituição e chantagem.

Não é o típico «teenage movie» a que estamos habituados.

O tema principal não é o amor nem os típicos problemas que são normalmente retratados em filmes nos quais os protagonistas são adolescentes. «Wij» é acerca de 8 adolescentes, entre os 16 e os 20 que têm um objetivo: ganhar dinheiro. De preferência enquanto se divertem. Desprezam os pais e a vida quotidiana e aborrecida de todos que os rodeiam. E por esse motivo, vivem a vida sem limites. Não têm vergonha e estão abertos a qualquer ideia que possa surgir por mais louca que seja.

Wij

O filme está dividido em 4 partes. Em cada uma dessas partes ouvimos a história contada por um dos protagonistas. À medida que ouvimos as várias versões da história, começamos a entender a verdade. Quem conta a história no inicio, conta-a com uma leveza que a pessoa que a conta em último não faz. Por este motivo, o filme vai então assumindo um tom mais negro à medida que o público aprende com as personagens. É uma táctica inteligente de montagem e realização e especialmente do argumento. Desta forma o filme nunca “morre” e coloca os espectadores a pedir mais.

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De vez em quando, o  realizador  tenta fazer uma abordagem mais cliché e emocional ao tema. Recorrendo à música “deprimente”, câmara tremida e por aí fora. Quando no entanto, a emoção é melhor transmitida quando o realizador simplesmente não recorre a estes dispositivos extra. A fotografia também sobressai no filme, assim como o argumento. É um filme bem escrito a nível de intriga e drama, e faz um óptimo trabalho em fornecer migalhas suficientes ao longo do filme que o espectador junta no final.

Wij

É um filme de extremos com ficção misturada. No entanto, não é muito difícil imaginar que muitos destes temas descritos e representadas no filme podem acontecer, e acontecem na vida real. Desde prostituição e pornografia de menores, jovens que são iludidas e mais tarde vítimas de violência. Este é um filme que testa os limites, quebrando-os logo a seguir.

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