Candidato da Costa do Marfim ao Óscar de Melhor Filme Internacional, “A Noite dos Reis” está em exibição nos cinemas portugueses.
Premiado em Toronto com o ‘Amplify Voices Award’, “A Noite dos Reis” mistura realidade e fantasia para contar a sua história.
Cineasta da Costa do Marfim, Philippe Lacôte aborda os problemas sociais da pobreza e criminalidade no seu país, através de um conto dentro de um conto. “A Noite dos Reis” segue um jovem enviado para uma prisão no meio da floresta. Mas aqui, a lei é estabelecida pelos reclusos…
Interpretado pelo estreante Bakary Koné, o jovem ator interpreta Roman, que assim que chega à prisão é eleito o novo Contador de Histórias. Sem saber bem o que o cargo acarreta é forçado pelo líder dos reclusos a aceitá-lo, pois é noite de lua vermelha e ele terá de entreter todos com uma história.
É entre a realidade da prisão e o conto da vida do lendário bandido Zama King que “A Noite dos Reis” se desenrola, caminhando por vários géneros, do crime à fantasia, como que uma mistura entre “As Mil e Uma Noites”, em que Sherazade tinha de entreter o Rei com histórias para que este lhe poupasse a vida, “O Deus das Moscas”, pela tentativa de se autogovernarem levar à tirania e “Os Miseráveis”, de Ladj Ly, pelo lado mais cru e realista dos dois lados da lei.
Ver também: À Espera dos Bárbaros | Um caso de raro de um filme melhor que o livro
“A Noite dos Reis” é sobretudo uma ideia original que mostra que o cinema vindo de África merecia ter tanta visibilidade internacional quanto o cinema vindo dos outros continentes.