Arranha-Céus : Uma Vertiginosa Aventura com Sabor aos Anos 90

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Em parte Towering Inferno, em parte Die Hard, e em parte uma brincadeira da parte de Hollywood para testar a paciência de um especialista em física. Arranha-Céus de Rawson Marshall Thurber é dos mais idiotas filmes de acção a ser lançado no cinema nos últimos tempos, mas ainda mais divertido se nos rendermos ao tom do filme. Algo que The Rock faz regularmente nos seus filmes, e não o podemos censurar, pois tem feito sucesso até agora (como Jumanji).

Arranha-Céus

Num filme que exige que a sua estrela seja The Rock, este traz mais alma que humor ao seu papel. O que faz todo o sentido. Afinal o papel procura um homem que faz o impossível para salvar a sua família. Não um super-herói. Tudo isto, conjugado como um argumento superficial e com a falta de um “Hans Gruber” com quem contracenar, faz com que o filme não chegue aos calcanhares do clássico de 1988 de John McTiernan, o qual celebra o seu 30º aniversário este mês.

Mas mesmo com todas as suas falhas, Arranha-Céus deve ser bem recebido pelo público. Johnson é Will Sawyer, um ex-agente do FBI que há 10 anos trabalha como consultor de segurança de alto nível. Isto após um trágico acidente lhe ter custado uma perna. Will consegue um cobiçado trabalho. Verificar todos os sistemas de segurança para o The Pearl, um arranha-céus em Hong Kong. É o edifício mais alto do mundo, com o triplo do tamanho do Empire State Building.

O The Pearl é uma torre curvilínea de biomórfica, com um parque de 30 andares no interior e uma misteriosa esfera embalada no seu topo. O seu dono bilionário, Zhao (Chin Han), gaba-se que o número de monitores de alta definição dentro dessa esfera faz dela a 8ª Maravilha do Mundo. O que realmente significa que este precisa de sair do prédio mais vezes.

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Vê também: No Coração da Escuridão – quando a fé e a vida descarrilam

Zhao tem inimigos como qualquer homem com poder. Mas um destes inimigos, juntamente com uma equipa de mercenários, rouba o controlo do sistema do The Pearl. Consequentemente, quase mata Will enquanto este está fora do edifício. No entanto, a  sua mulher, Sarah (Neve Campbell), ainda está bem alto no apartamento do 96º andar, assim como os seus filhos. Os terroristas começam um enorme fogo no 95º andar e fecham todos os sistemas de segurança. Impedem assim qualquer entrada ou saída do edifício.

Nota: Se tentarem impedir o The Rock de entrar num edifício em chamas, verifiquem que não há gruas por perto.

No primeiro de inúmeros momentos de cortar a respiração e sentir vertigens, Will trepa o exterior da grua. Posteriormente usa o gancho para criar uma abertura num andar acima do fogo. Corre assim o caminho da grua para saltar para a abertura. Talvez nenhum filme alguma vez tenha feito tanto, e tão ridículo, uso do momento em que um personagem cai de um lugar alto, apenas para se segurar em algo no último momento possível, de uma forma impossível. Mal Will entra no interior do edifício, o argumento não demora a encontrar “razões” para colocá-lo no lado de forma novamente. As coisas tornam-se tão ridículas quando ele se encontra no lado de fora do edifício, que o único sentimento possível perante a fé cega de Will em fita adesiva é admiração.

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Dentro do edifício, é com folgo que descobrimos que Sarah Sawyer não é nenhuma donzela em apuros. Não está à espera de ser salva pelo marido. Embora tenha pouco tempo de ecrã, cada momento para Sarah é tão coberto de acção como para Will. No entanto, este é um argumento que se resume a saber em que botões carregar quando se olha para um painel de controlo. Por isso vai ser preciso o conhecimento específico de Will.

Lá em cima, na suite do 220º, Zhao tranca-se atrás das portas de titânio da sua sala de pânico. Quando os terroristas o querem tirar de lá decidem que Will é a melhor ajuda que podem arranjar, e para isso tomam os filhos como reféns. Outra nota: Boa sorte com isso. Vamos só desligar novamente os cérebros para quando for revelado onde está o painel para desbloquear as portas de titânio.

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Mas, sem grandes personalidades que contrastem umas com as outras, o confronto entre humanos nunca é tão interessante como o confronto com as leis da física. Embora esteja coberto de momentos de tensão e adrenalina graças às sequências em grandes altitudes, as sequência de luta deixam bastante a desejar.

Mas é o investimento e o carisma de Johnson que nos permite e quase nos obriga a estar investidos. É interessante vê-lo a fazer de pai imparável. Mesmo dado o cenário. O filme é tudo o que um blockbuster de acção deve ser. Em todos os seus pontos fortes é aquilo que esperaríamos, e nos seus pontos fracos também. Não é nem de perto um clássico como Die Hard, nem alguma vez virá a ser. Mas como uma homenagem ao clássico, que é clássico com toda a razão, esta sim é a forma de o fazer. E Arranha-Céus fá-lo bem, com o sabor dos anos 90 a brindar o verão de 2018.

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