Realizado por Ethan e Joel Coen, Barton Fink é uma experiência surreal, carregada de simbolismo, sobre um escritor que tenta a sua sorte em Hollywood.
Nova Iorque, 1941. Barton Fink é o dramaturgo mais apreciado de Broadway e da imprensa. À procura de um novo desafio, Fink é convencido a ir para Hollywood escrever o argumento de um filme.
Hospedado num hotel bizarro na Califórnia, Barton começa a escrever um argumento sobre luta livre. No entanto (como qualquer escritor certamente saberá), Fink é afetado por um bloqueio criativo difícil de superar.
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Barton Fink é um filme excêntrico, com muito suspense e personagens interessantes e complexas. O cenário é, na sua maioria, o hotel, um local aterrador que cria uma sensação infernal. As personagens estão sempre com suor, os papéis de parede estão constantemente a descolar, os corredores são estranhamente compridos. Todos estes aspectos criam uma atmosfera arrepiante que coloca o espectador em trânse.
John Goodman e John Turturro têm das melhores performances das suas carreiras. Infelizmente foram, em grande parte, ignoradas pelas mais reconhecidas cerimónias de prémios.
No entanto, a longa metragem ganhou a Palma de Ouro no festival de Cannes em 1991. Vencendo a, por exemplo, La Belle Noiseuse de Jacques Rivette, A Febre da Selva de Spike Lee e Homicídio de David Mamet. Para além disso, também no festival de Cannes, venceu na categoria de Melhor Actor (John Turturro!) e Melhor Realizador.
É difícil encaixar Barton Fink num só género. Terror, noir e uma pitada de comédia fazem um filme memorável juntamente com uma realização que realça o surrealismo da história e dos cenários.
Barton Fink é uma importante representação do bloqueio criativo, das distracções e do poder que o capitalismo tem na arte.
As expectativas eram altas una vez que já era fã dos filmes dos irmãos Coen (como os inesquecíveis Fargo e Este País Não é para Velhos). No entanto, o filme peca por conter um ritmo demasiado lento. Para além disso, e porque é um filme carregado de simbolismos, acaba por ser um pouco cansativo.
No geral, se és fã do trabalho dos irmãos Coen este é um filme que mostra o início das suas carreiras e, por isso, merece ser visto.