Colette – Um antigamente tão atual

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O realizador Wash Westmoreland traz-nos a história duma rebelião feminina de Keira Knightley no papel principal no drama biográfico “Colette”.

Colette” decorre no final do século XIX, enquanto vimos a própria Colette (Keira Knightley) a casar com um famoso jornalista crítico conhecido pelo público como Willy (Dominic West). Ao descobrir os dons que a sua mulher tem a escrever, Willy encoraja-a a escrever novelas sob o nome deste. Assim, Colette cria “Claudine”, um dos maiores sucessos literários franceses. No entanto, apesar do sucesso, Colette tem dificuldade em sair da sombra do marido. Colette fará de tudo para poder ser independente e aceite socialmente enquanto escritora.

Colette

Comecemos por adereçar as performances presentes neste filme. Todo o cast oferece excelentes representações, seja em momentos íntimos ou por momentos boémios típicos da alta sociedade daquela época. Contudo, é impossível negar que a presença mais forte é a Keira Knightley. Com uma beleza angelical, Knightley consegue assim empregar uma inocência juvenil e uma força de mulher imparável a Colette. A atriz despe-se de preconceitos e entrega-se de corpo e alma ao papel.

“Colette” é uma viagem pessoal e intimista, contada ao longo de vários anos. De forma a que o produto final fosse positivo, era necessário que Knightley não tivesse inibições na sua performance. Seja em momentos de procura de independência social ou de descoberta sexual, Knightley consegue envolver-se no papel e consegue surpreender o espectador até ao último momento.

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Mais do que um simples drama biográfico, “Colette” é uma história inspiradora que se assenta perfeitamente no contexto do século XXI no qual vivemos nos dias de hoje. Em todas as suas capacidades, esta é a história de emancipação feminina num Mundo totalmente controlado por homens.

Colette

Aqui vimos Colette a derrubar barreiras sociais e a demonstrar o seu verdadeiro “ser”, seja no campo de intimidade ou aos olhos da sociedade, e deve ser encarada como uma história real e motivadora para as mulheres.

De um ponto de vista mais analítico, a grande maioria dos filmes biográficos têm a dificuldade de condensar uma história que ocorreu num largo período temporal em apenas 2 horas, de uma forma interessante e apelativa. E “Colette” não deixa de ser vítima desta dificuldade.

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Muito do que aconteceu na vida de Colette é omitido ou encurtado, de modo a conseguir contar uma história que durou décadas a evoluir. No entanto, esta condensação também ofereceu uma narrativa repetitiva, com uma certa redundância. São vários os momentos em que vimos Knightley a desiludir-se com o marido e a sociedade em que está inserida. Isto leva ao máximo de discussões e perdões que o espectador consegue aguentar.

Colette

Todavia, “Colette” é uma excelente história do século XIX que faz mais sentido do que nunca hoje em dia, com uma ótima performance de Knightley como ponto central. Numa combinação de traços delicados e momentos arrojados, Colette revela-se assim como uma caneta-tinteiro sobre papel branco, deixando um rasto de sentimentos e emoções que irá inspirar quem o vir.

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