Não sabia bem o que esperar de “El Camino: Um Filme de Breaking Bad”. Breaking Bad é sem sombra de dúvidas uma das melhores séries já feitas.
O universo criado por Vince Gilligan é extremamente rico. O final da série foi brilhante, contudo, sempre quis saber mais sobre o que aconteceria à personagem de Jesse após a sua fuga no final da série.
E é nesse preciso ponto que o filme começa a sua história. Desta vez, acompanhamos um Jesse debilitado. Existe um trauma presente na personagem que a toda hora relembra o horror pelo qual ele passou. Enquanto isso, a polícia procura-o e Jesse tem de encontrar uma maneira de escapar para finalmente seguir em frente.
O potencial era imenso, contudo tenho que dizer que não foi completamente entregue.
“El Camino” parece caminhar sem rumo. O primeiro ato do filme move-se de forma vagarosa, com constantes flashbacks um tanto desnecessários. Há vários temas que o filme se propõe a explorar. A fuga do Jesse, o seu trauma, etc. Se nas cenas presentes, esses temas são bem trabalhados, as cenas no passado arrastam-se em demasia e diminuem o foco no que realmente importa.
A partir do segundo ato o filme melhora. Se no primeiro ato o objetivo do filme é oculto, no segundo temos uma maior clareza do que se está a passar e o filme ganha um maior dinamismo.
Aaron Paul volta à personagem com facilidade e entrega outra excelente performance. Fiquei satisfeito com várias aparições de atores de Breaking Bad. Contudo, posso dizer que existe uma personagem nas cenas de flashback, cuja aparência atual do ator prejudica a continuidade da série de certa forma. Já o ator em questão fez um bom trabalho.
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A cinematografia é muito boa, contudo apresenta-se muito mais limpa do que a série-mãe. Dito isso, há certos movimentos de câmara e ângulos experimentais típicos da série.
Infelizmente,“El Camino” não se sustenta como um todo. A primeira metade do filme acabou por me levar a pensar se tal história era ou não necessária. Posso dizer que foi incrível voltar a ver estas personagens. Acima de tudo, fico satisfeito por finalmente ter uma conclusão à história do Jesse, é uma pena que a jornada seja um tanto aborrecida.