Doris Day, atriz, cantora conhecida sobretudo pelo sucesso “Que sera, sera” e ativista dos direitos dos animais, faleceu ontem aos 97 anos de idade, notícia confirmada pela Doris Day Animal Foundation.
Nascida em Cincinatti, Ohio, Doris Mary Ann Kappelhoff ficou conhecida por uma série de bem sucedidos musicais e comédias românticas, incluindo “Conversa de travesseiro” (“Pillow Talk”), bem como uma grande carreira como cantora, tendo gravado um total de 29 trabalhos de estúdio.
Descendente de imigrantes alemães nos Estados Unidos da América, Day ganhou inicialmente fama com uma gravação de “Sentimental Journey”, em 1945, como vocalista dos Les Brown and His Band of Renown. A canção tornou-se num popular hino da Segunda Grande Guerra e quando se chega a 1946 Doris Day já é a cantora mais bem paga do mundo.
A sua carreira no cinema teve início com um papel na comédia musical de 1948 “Romance no Alto Mar” (“Romance on the High Seas”), lugar que assegurou depois de Betty Hutton ter saído devido à gravidez.
Doris Day sempre foi popular entre o público e especializou-se em papéis em comédias musicais, incluindo “Meus Sonhos Pertencem-te”, de 1949, “Chá Para Dois”, de 1950, e “O Amor É Coisa de Dois”, de 1951. Em 1953, foi Calamity Jane no filme com o mesmo nome, um enorme sucesso que mais tarde se tornou numa peça e um programa de televisão.
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Doris Day fez depois uma tentativa de mudar de direção na sua carreira e acabou por não renegociar o contrato com a Warner Bros., com a intenção de sair do caminho que tinha seguido até então. Aquele que considerava a sua melhor atuação acabaria por ser ao lado de James Cagney, no musical “Ama-me ou Esquece-me”, de 1955, em que interpretou o papel da cantora Ruth Etting.
Entrou posteriormente em “O Homem Que Sabia Demais” (“The Man Who Knew Too Much”), de Alfred Hitchcock e no não tão bem recebido thriller “Julie”, de Andrew L. Stone, o que a levou a regressar à comédia e assegurando uma nomeação para Óscar pelo seu papel ao lado de Rock Hudson na comédia romântica “Conversa de travesseiro” (“Pillow Talk”).
A partir daqui, começou novamente um período de grandes sucessos de bilheteira, como “Carícias de Luxo”, com Cary Grant, “O Tempero do Amor”, com James Garner e “Afasta-te, Querida”, originalmente concebido como o papel de regresso ao estrelato para Marilyn Monroe.
O estilo de Doris Day não sobreviveria à América de meados dos anos 60 e a todas as modificações sociais e a sua popularidade acabou por decrescer na altura do movimento da contracultura. O seu último filme seria “Antes que cases”, em 1968, passando depois para o pequeno ecrã com o “The Doris Day Show”.
O programa duraria 5 anos e depois da última temporada em 1973, retirou-se do cinema e da televisão para se dedicar ao ativismo pelo bem estar animal, fundando a Doris Day Animal Foundation, uma ONG sem fins lucrativos para ajudar os animais por todo o território norte-americano.
Day foi casada 4 vezes, com os músicos Al Jorden (1941-43) e George Weidler (1946-49), com o agente e produtor Melcher (1951-68) e com o empresário Barry Comden (1976-1981). Com o seu primeiro marido teve então o seu único filho, o produtor de música Terry Melcher, falecido em 2004.