Depois do sucesso de “Goosebumps” em 2015, o filme de Halloween para os mais pequenos regressa ao grande ecrã com “Goosebumps 2 – Arrepios no Halloween”.
Quando era mais novo, havia sempre livros do “Arrepios” (ou “Goosebumps” na versão original) espalhados pela casa. Entre 1992 e 1997, estes livros de terror infantil cativaram e amedrontavam crianças, povoando o imaginário e pesadelos das mesmas. Com base nestes livros, chega-nos agora a sequela do filme “Goosebumps”, que saiu em 2015.
“Goosebumps 2 – Arrepios no Halloween” conta-nos a história de dois amigos, Sonny (Jeremy Ray Taylor) e Sam (Caleel Harris), que têm um pequeno negócio de limpeza de “tralha” da casa das pessoas. Ao darem volta a uma casa, encontram um livro antigo e, ao abri-lo, dão vida a um boneco de ventriloquismo. O boneco tem um plano de dar vida aos monstros de Halloween e apenas os dois amigos com a ajuda de Sarah (Madison Iseman), irmã de Sonny, conseguirão travar os planos do malévolo boneco e salvar o Halloween.
Para a realização desta nova entrada nesta saga o orçamento diminuiu significativamente. Isso acaba então por ser visível em todos os momentos do filme. Enquanto o de 2015 tinha um sentido estético apelativo e transmitia uma sensação de magia para a audiência, este demonstra ser um filme feito para ser visto na televisão num domingo à tarde que teve a permissão de ir para a mesa dos crescidos e passar nas salas de cinema.
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A história é bastante simples e direta, não criando oportunidades para qualquer surpresa. É fácil de acompanhar, o que demonstra que tem plena noção do seu público-alvo. O filme é povoado por personagens com pouca profundidade, mas representadas por atores com uma certa amabilidade que conseguem provocar um clima de humor e boa disposição ao longo do filme.
Alguns designs das criaturas são bastante criativos, quase como que saídas do imaginário de uma criança, ainda que os efeitos visuais não estejam à altura para serem convincentes. Para além disso, pouco é feito com as criaturas mais mirabolantes. Ficamo-nos pelo boneco que fala, algo já bastante “batido” no cinema, e por um ser humano com uma máscara embutida, ficando aquém do que poderia ter sido feito por exemplo com a aranha de dimensões imensuráveis feita de balões ou com um espantalho terrorífico.
Ari Sandel realiza este “Goosebumps 2” sem impor qualquer sentido estético. O filme é envolto numa camada de previsibilidade e tonalidade sem sabor. Não transmite a magia que o antecessor conseguiu transferir para o grande ecrã. É um filme inocente, que não aquece nem arrefece.
Em última instância, “Goosebumps 2” entretém os jovens? Possivelmente.
Consegue entreter adultos? Certamente que não.
“Goosebumps 2” é um filme medíocre, que não transmite a magia do seu antecessor. Irá entreter momentaneamente o seu público-alvo, mas não permanecerá na memória do mesmo passados 5 minutos.