“Hard Kill” é a terceira colaboração entre o realizador Matt Eskandari e o ator Bruce Willis a estrear em 2020.
“Impacto Mortífero” e “Sobreviver na Noite” chegaram aos cinemas portugueses em Fevereiro e Julho, respetivamente.
Ah Bruce Willis, já lá vão os anos do John McClane! É normal ver astros de Hollywood a caírem num papel recorrente no mesmo tipo de filme, seja com Nicolas Cage em filmes simplesmente malucos, até Liam Neeson que apesar de alguns filmes diferentes, nos últimos anos tem vindo a repetir o mesmo estilo de performance em diversos filmes de ação.
Porém, ambos os atores que referi conseguem manter-se em forma ao fazerem alguns projetos interessantes e também por se entregarem ao papel em qualquer filme que façam, seja este bom ou mau. No caso do Bruce Willis a coisa já me parece diferente.
Decerto que gostei do seu papel no filme “Glass” que saiu no ano passado, contudo o ator tem vindo a entrar num piloto automático. O astro, que fez carreira com ótimas performances em “Pulp Fiction”, “Unbreakable”, “O Sexto Sentido”, entre outros, parece agora um tanto desinteressado e sem vida quando o vemos no papel e infelizmente os filmes que tem feito não são interessantes o suficiente para manter a atenção do espectador. “Hard Kill” não é exceção.
Aqui temos uma história na qual um ex-militar de nome Derek Miller (Jesse Metcalfe), é contratado por um colega do exército para proteger o chefe de uma empresa de tecnologia (Bruce Willis), de um criminoso cujo passado está ligado ao do protagonista. Ainda assim, Derek não tarda a perceber que o objetivo da missão é mais pessoal do que parece e poderá afetar o futuro de todos no país.
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O argumento deste filme é sem dúvida um dos pontos mais fracos. Derek, o protagonista, é rodeado por uma equipa de três soldados que o acompanham na missão. O filme tenta passar um sentido de camaradagem entre os três porém os diálogos são do mais básico possível, sem carisma ou personalidade suficiente para elevar as personagens, que no papel demonstram-se unidimensionais.
Além disso, o filme acarreta conceitos de inteligência artificial que são explorados de forma muito superficial de forma a que esse elemento tão importante na história seja quase posto de parte no foco de atenção.
Eu falava do sentido de camaradagem não estar presente no papel, o que é verdade, contudo os atores pouco fazem para elevar o argumento que têm em mãos. Tal como Willis, o resto do elenco entrega performances sem convicção e com pouca presença que chegam a quebrar diversas vezes a suspensão de crença do espectador. Jesse Metcalfe talvez seja o único cujas falas são entregues com alguma presença, porém o texto fraco acaba por descredibilizar boa parte das suas falas.
No que toca a Willis, ao pesquisar sobre este filme reparei que este já é o terceiro filme que ele faz com o realizador Matt Eskandari em menos de dois anos, sendo este o terceiro filme que a dupla lança este ano. Posso dizer que não vi os outros filmes da dupla e tampouco tenho interesse para o fazer depois de ver “Hard Kill”.
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Volto a referir que o argumento não ajuda e a própria realização parece não ter alma, desde a fotografia cinzenta a cenas de ação confusas na sua geografia e montagem. Acho que todos temos aquela sensação por vezes quando vemos um filme e conseguimos adivinhar as falas, momentos ou cenas, porque já vimos filmes semelhantes. Este filme leva isso ao extremo ao entregar um argumento de ação genérico e previsível que não se salva nem a nível técnico.
Se tivesse que escolher algo positivo neste filme seria a sua banda sonora, cujo uso de tambores e sintetizadores recriou um sentido de cinema de ação misturado com ficção científica de forma simples mas eficaz.
Para concluir, “Hard Kill” é sem sombra de dúvida o pior lançamento de 2020 que vi até então. O argumento e realização são pobres e genéricos e custa-me a entender como é que um ator tão consagrado como o Bruce Willis se meteu numa pareceria com o realizador Matt Eskandari para produzir filmes no piloto automático.
“Hard Kill” chega brevemente a Portugal em VOD.