O muito aguardado “Joker”, do realizador Todd Phillips foi o vencedor do galardão máximo da 76.ª edição do Festival de Cinema de Veneza. Este é um ano atípico para um dos mais importantes festivais de cinema da Europa e o próprio facto de o filme ter sido incluído na mostra já tinha causado admiração inicial.
#JokerMovie wins the Golden Lion for Best Film at #VeniceFilmFestival. pic.twitter.com/qYlAoHpwIR
— Joker Movie (@jokermovie) September 7, 2019
Veneza é a fogueira das melhores vaidades do cinema mundial e “Joker” está muito associado a histórias de super heróis e suas antíteses. Esse mundo ainda está muito apartado deste tipo de certames, mesmo tendo em conta que este também não é um típico filme daquele universo, como o próprio realizador fez questão de esclarecer anteriormente.
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No mundo do cinema, existem 3 festivais maiores que se sobrepõem a todos os outros, Berlim em fevereiro, Cannes em maio e Veneza em setembro. Por esta altura, estreiam-se os mais antecipados filmes da rentreé, onde se contam “Ad Astra” de James Gray ou “About Endlessness”, de Roy Andersson.
“Joker” ganhou, assim o Leão de Ouro para Melhor Filme, batendo “An Office and a Spy” (“J’Accuse”, no original), de Roman Polanski, que ficou em segundo com o Grande Prémio do Júri, entregue pelo coletivo liderado pela realizadora argentina Lucrecia Martel.
Depois da cerimónia de entrega dos prémios, o membro do Júri Mary Harron disse sobre “Joker”:
Pegaram na mitologia de uma banda desenhada que já tinha sido feita de tantas maneiras e deram-lhe a volta e revitalizaram-na para o agora
O mesmo membro explicou ainda ter ficado impressionada pelo brilhante desempenho de Joaquin Phoenix, mas que as regras impedem que seja possível entregar a “Joker” em simultâneo os prémios do Leão de Ouro e o de Melhor Ator.
O realizador Todd Phillips, no seu discurso de agradecimento na receção do prémio, deixou palavras à:
Warner Bros. e DC por saírem das suas zonas de conforto e por apostarem numa jogada tão ousada comigo e com este filme.
Sobre a estrela do filme, Joaquin Phoenix, que se juntou a Phillips em palco, o realizador disse:
Não existe filme sem Joaquin Phoenix. Joaquin é o leão mais destemido e brilhante e com a mente mais aberta que eu conheço. Obrigada por me confiares com o teu insano talento.
O lote dos vencedores inclui ainda o prémio para Melhor Realizador, que coube a Roy Andersson com “About Endlessness”, o de Melhor Atriz para Ariane Ascaride em “Gloria Mundi”, Melhor Ator para Luca Marinelli em “Martin Eden” e Melhor Argumento para “No. 7 Cherry Lane”.
Um prémio especial do Júri foi ainda atribuído a Franco Maresco por “The Mafia Is No Longer What It Used to Be” e Julie Andrews e Pedro Almodóvar receberam Leões de Ouro Honorários pelas suas inúmeras contribuições para o cinema.
A 76.ª edição do mais antigo festival de cinema do mundo terminou ontem, Sábado, depois de 11 noites de estreias mundiais. Apesar de algumas controvérsias iniciais relacionadas nomeadamente com declarações de Martel, o festival decorreu sem mácula, convidando inclusive manifestantes contra as alterações climáticas para o tapete vermelho.