Prop-ology – O Anel de Sauron (O Senhor dos Anéis)

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Uma das mais amadas obras de fantasia, “O Hobbit”, trouxe-nos um mundo tão rico e único que iria não só inspirar outros livros do mesmo género, mas também filmes, chegando a milhões de pessoas e múltiplas gerações. A trilogia sequela, “O Senhor dos Anéis”, centrou-se num pequeno objeto que viria a tornar-se um símbolo.

Quem leu qualquer um dos livros de “O Senhor dos Anéis” pode ter ficado surpreendido quando foi anunciado o filme “A Irmandade do Anel”. Não que fosse inesperado ou descabido, mas porque era um grande empreendimento que facilmente poderia correr mal. Não só seria fácil desapontar os fãs, como ter um filme de qualidade inferior, se o visual do filme não se adequasse às descrições detalhadas de Tolkien sobre a Terra Média.

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A adaptação cinematográfica de Peter Jackson deu à luz várias estrelas. No entanto, toda a história é centrada num simples objeto: um anel.

Grant Major, designer da produção, descreve um pouco o processo de desenho e produção da mítica prop:

A ideia do anel de Tolkien, apesar de ser muito descritiva quanto à sua origem e quanto ao terrível poder que tem sobre o seu utilizador, era de um simples anel dourado.  […]

Quando fui encarregado de desenhar a prop mais importante de A Irmandade do Anel, pensei que levaria uma eternidade para chegar a um acordo no que toca ao aspeto, com o realizador, os produtores, o estúdio, os entendidos da saga e os fãs a criarem pressão. Conseguem imaginar a significância visual no filme, no marketing, noutros spin-offs e como este objecto icónico teria que sobreviver a todo o tipo de escrutínio e reprodução.

É interessante pensar que nesta fase do desenvolvimento, nos fins de 1998, o filme passava completamente por baixo dos radares. Sem o valor publicitário que agora tem. E o Peter Jackson tinha a última palavra neste tipo de decisões de design. No final, o que aconteceu é que o desenho conceptual foi rápido e simples. Um dos produtores estava para se casar e o anel que ele tinha escolhido era um bom ponto de partida.

Senhor dos Anéis

O perfil era bulboso, tinha um ar pesado e histórico e era bem proporcionado. Simples o suficiente para poder ter as letras nas superfícies exterior e interior. Alan Lee criou alguns desenhos do anel, mas não mudou muito desta ideia inicial. Um joalheiro local de Nelson, na Nova Zelândia, Jens Hansen, foi escolhido para fazer as props. Depois de vários protótipos serem produzidos, a versão final foi escolhida e depois multiplicada (cerca de 40 vezes, se não me engano) para os atores e duplos das várias equipas. Muitas mais foram feitas mais tarde para publicidade e ofertas.

Também houve versões feitas para momentos específicos da história: um extra grande para grandes planos […] de perspectiva forçada; outro foi feito de um metal magnético para que quando caísse parecesse pesado e não rebolasse. De memória, nunca houve um cujas letras brilhassem. Isso tornou-se um efeito visual. A letra em si foi uma cópia directa do livro.

Mesmo as props mais simples conseguem ser muito trabalhosas. Isto porque muitas vezes o esforço está no tempo investido em fazer a escolha certa, ou nos pequenos detalhes. E esse esforço não é facilmente visível.

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