Quick Fire #2 – Boots Riley

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Da música para o cinema, Boots Riley captou a nossa atenção com o seu mais recente filme “Sorry to Bother You – Desculpe Incomodar”.

Mas mais do que um realizador, ele também é uma voz política e um ativista sem medo de usar a sua voz para falar de assuntos que possam incomodar a quem não deseja ter a sua bolha perfurada pela dura realidade.

Durante o London Film Festival eu tive a oportunidade de lhe fazer umas perguntas antes de ele entrar para um Q&A. Bem disposto, bem humorado e bem preparado para falar sobre estes temas.

Este filme demorou sete anos a concretizar. É muito difícil. E eu acho que o que espantou as pessoas foi o quão diferente este é de tudo o que já se viu antes. O nosso elenco tornou-se mais famoso depois de os termos contratado.

Mas o que eu quero mesmo que as pessoas levem deste filme é o otimismo, independentemente das coisas estarem más ou fora de controlo. Há uma maneira de lutar. Eu tenho duas séries e dois filmes que gostaria de fazer mas não posso dizer o que são. (risos)

O que o fez escolher o cinema como uma nova forma de se expressar como artista?

Eu comecei numa escola de cinema mas depois tive uma proposta para assinar um contrato discográfico então tive que desistir. O cinema faz com que puxes a audiência e a mergulhes na tua história. Tu crias as tuas próprias regras e fazes com que a audiência viva essas sensações.

Se tudo o que somos é um conjunto de experiências eu posso controlar essas experiências e ajudar a moldar a vida das pessoas, ajudá-las a descobrir quem são. Se te mostram um problema mas depois não te mostram como resolver esse problema ou achas que não há solução, então acabas por te habituar ao problema.

No nosso clima político atual, as pessoas acham que os jovens são apáticos e que não agem nem fazem a diferença…

Não chamaria isso de apatia. Apatia significa que as pessoas não querem saber e a verdade é que as pessoas/jovens querem saber e querem fazer a diferença mas dizem-lhes que não há forma ou que a única maneira é votar. Mas as pessoas vêem o quão limitado isso é. Mas podemos fazer mais mostrando historias de esforço de classes. Que há uma maneira de se envolverem no esforço de classes através de greves de trabalho. Mostrar ás pessoas que há uma forma de mudar as coisas. Eu, enquanto artista, posso comunicar mas é preciso um movimento.

E com uma série de selfies engraçadas e risos, eu e Boots Riley despedimo-nos. Não percas a oportunidade de ver o filme “Sorry to Bother You” e por uns momentos, deixa que a bolha da realidade na qual vivemos seja perfurada por esta comédia única.

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