Talking Points #1 – Netflix: Entre festivais e Óscares

No início de 2019 o Cinema Pla'net lança uma nova rubrica, um debate por mês sobre os acontecimentos que marcam a atualidade cinematográfica e televisiva.
Tabela de Conteúdo

Liberdade criativa

Netflix

A Netflix está a ganhar fama de dar todo o dinheiro que os realizadores pedirem e com total liberdade criativa. Martin Scorsese abraçou essa possibilidade e encontra-se neste momento na pós-produção de “The Irishman”, que custou mais de 100 milhões de dólares. Peter Morgan criou “The Crown”, a série mais cara de sempre, com cada episódio a custar mais de 5 milhões de libras. David Fincher apresentou séries como “House of Cards” e “Mindhunter” e Guillermo Del Toro está na pré-produção de “Pinóquio”.

Que outros realizadores poderiam desfrutar desta liberdade criativa com acesso a grandes orçamentos?

MR: ‘Megalopolis’ de Francis Ford Coppola. Um projeto visionário que pretendia ser um marco na história do cinema e que é um dos maiores projetos que nunca feitos. Ele fez 3 filmes de estúdio só para garantir que lhe dariam o dinheiro para este projeto. Chegaram a gravar 30 horas de ‘second unit footage’, iam escolher o elenco, anunciaram o filme em Cannes e depois os atentados do 11 de Setembro fizeram os estúdios recuar e cancelar o projeto, por retratar um homem que queria mudar Nova Iorque e transformá-la numa utopia futurista.

AM: Diria o Josh Trank para ver o que faz sem pressões externas. Adorei o ‘Chronicle’, mas o ‘Fant4stic Four’ foi terrível. O Ridley Scott também tinha graça. Não pelo orçamento, mas mais para ver o que ele quer fazer.

RF: Para fazer séries, David Fincher (again), Christopher Nolan, Alex Garland, Alejandro Gonzalez Inarritu, Dennis Villeneuve.

BM: Ridley Scott com Alien!

JLS: Assumindo que os filmes não serão lançados nos cinemas, não trocaria uma ida ao cinema por um filme com um orçamento maior.

FQ: Há inúmeros realizadores que deviam migrar para as web séries, sobretudo por maior parte do conteúdo da Netflix ser bastante bom. Depois da Dear White People, que deixou críticas bem mistas, o Barry Jenkins merecia espaço novamente para uma série autoral. Dar-lhe o mesmo espaço e liberdade suficiente para um projeto ao nível do Moonlight seria sensato. De resto, gostava também de ver o Dennis Villeneuve, o Matt Reeves ou o Robert Eggers (The Witch) a trabalhar com a Netflix (se é que não trabalharam antes, posso estar mal informado). Aproveito para dizer que era também bom ver o Spielberg ou o Nolan na Netflix, mas tendo em conta o seu preconceito com os serviços de streaming e os seus comentários acerca das novas medidas no festival de Cannes, tenho dúvidas absolutas que eles alguma vez possam trabalhar numa série da Netflix.

Ressuscitar séries

Netflix

Desde o início que uma das estratégias da Netflix para atrair novos clientes foi a de trazer de volta grandes séries anteriormente canceladas. Por exemplo, “Arrested Development”, “Black Mirror”, “Full House” e “One Day at a Time”.

Que série cancelada/terminada gostariam que a Netflix continuasse?

RF: Hannibal.

JLS: Constantine.

MR: Persons Unknown. Tinha potencial para muito mais, mas foi cancelada logo na primeira temporada.

BM: The 4400 e Jericho! Duas séries que quando estavam na sua melhor parte, foram canceladas, ambas por causa da greve dos argumentistas na altura.

PC: Surface e The Good Guys. Nunca duas séries me deixaram tão desanimado com o seu cancelamento.

Netflix

O que achaste? Segue-nos @cinema_planet no Instagram ou no @cinemaplanetpt Twitter.

Partilha este artigo:
Translate »