O novo filme de Martin Scorsese, “O Irlandês”, é um dos mais antecipados nesta segunda metade do ano e é também um dos mais caros, em grande medida devido à tecnologia de rejuvenescimentos dos personagens envolvidos.
Esse risco assumido encareceu enormemente o filme, fazendo com que apenas a Netflix tenha estado disposta a apostar uma avultada quantia no seu orçamento.
A história de “O Irlandês” abrange múltiplas décadas e o lendário realizador teve de encontrar uma maneira de fazer com que Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci parecessem novos outra vez. A tarefa não foi fácil, mesmo com a tecnologia que se encontra ao serviço do cinema da atualidade.
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Para testar como ficariam as imagens depois de aplicada a tecnologia, Scorsese trouxe De Niro para interpretar uma cena clássica de “Tudo Bons Rapazes” (“Goodfellas”) e fazer uma comparação lado a lado. Pablo Helman, diretor da Industrial Light & Magic, descreve o processo à Empire:
“Fizemos um pequeno cenário que se parecia um pouco com o filme original e depois o Bob [Robert De Niro] começou. Fez os seus monólogos e solilóquios e diferentes expressões. «Livra-te do casaco de peles! Livra-te do Cadilac!». Depois passou por uma série de processos computorizados.”
Quando Martin Scorsese e a Industrial Light & Magic olharam para o que tinham criado, sabiam que estavam no bom caminho, um processo a que o realizador prefere chamar rejuvenescimento e que lhe permitiu não tanto deixar marcas tecnológicas, mas contar uma história que queria contar há mais de uma década:
“Não tive escolha. O risco estava lá e pronto. Nós só tentámos fazer o filme. Depois de estar na prateleira ao longo de 10 anos… finalmente tínhamos uma maneira [de o concretizar].”
“O Irlandês” é baseado no romance de Charles Brandt “I Heard You Paint Houses” e marca a nona colaboração entre Robert De Niro e Martin Scorsese. Há ainda planos para um décimo filme conjunto, com Leonardo DiCaprio, um dos atores preferidos de Scorsese nesta nova geração de talentos.
O filme chega aos cinemas a 1 de novembro em Los Angeles e Nova Iorque, em salas selecionadas, e só depois estreia na Netflix, a 27 e novembro. Para além de ser um dos projetos mais caros de Scorsese é igualmente o seu mais longo filme, com 3 horas e meia de duração.