A série de culto do canal História, “Vikings”, regressou para dar início à sua 3ª temporada. O conto de Ragnar Lothbrok, um ambicioso guerreiro nórdico que procura assegurar um estilo de vida mais enriquecido ao seu povo, leva-o novamente para Terras de Sua Majestade. A nova parceria com o Rei Ecbert parece promissora, ainda que com alguns desafios inesperados.
O episódio “Mercenary” inicia mais uma jornada na vida destes bárbaros em que os cenários funcionam como imagem de marca. As paisagens escarpadas e sempre envoltas em neblina, localizadas estrategicamente perto de água, são um dos trunfos mais fortes. Lagertha é Earl Ingstad, líder de uma pequena comunidade no reinado do recentemente coroado Rei Ragnar, com o qual se aliou na busca por novos tesouros; A guerreira tem um novo ajudante no seu pequeno reino que nos era desconhecido até então.
Assim que Lagertha parte para uma nova aventura rumo a Inglaterra com o seu ex-marido, este novo parceiro parece segurar as rédeas do poder em seu lugar. A misteriosa personagem revela rapidamente uma faceta cruel, impulsiva e maquiavélica. Um aspeto menos bom é que este indivíduo, cujo nome falha-me na memória, tem o visual e os comportamentos de quem vive no século XXI, com o seu cabelo aprumado e atitudes semelhantes às de Frank Underwood na ânsia pelo poder. O guarda-roupa, design de produção e maquilhagem, em “Vikings”, são elementos fulcrais no que toca ao retrato epocal da narrativa, bem como mostra confiança ao público de que se trata de uma série conhecedora e aplicada em adaptar os costumes e as vivências deste povo; este pequeno deslize tem uma certa gravidade. Numa primeira abordagem parece uma tempestade num copo de água, mas reflete uma incoerência visual, contrastando com todos os seus restantes colegas do elenco que, por sua vez, adquiriram visuais dignos do povo que retratam.
Mas este pormenor é logo esquecido assim que se caminha para o desfecho do episódio. As batalhas sangrentas estão de volta, Floki está de volta, e os bárbaros, que tanto lutam pelas riquezas de um Novo Mundo, comportam-se como reis no que toca a proporcionar ao público uma hora de puro entretenimento.
Texto por: Jorge Lestre // CINEADDICTION