Quem não aprecia um bom sci-fi noir? “Altered Carbon” está de regresso para uma segunda temporada de qualidade superior.
A primeira temporada de “Altered Carbon” transportou-nos para um mundo onde se pode viver para sempre através de uma tecnologia que retém a consciência e que pode ser colocada noutro corpo. As possibilidades são infinitas e fazem com que personagens possam sempre regressar usando actores diferentes. Na segunda temporada já nos habituámos a este mundo, aos termos, à tecnologia e a história pode mudar e fluir muito melhor. No que diz respeito à evolução de personagens, temas e alegorias esta temporada é sem dúvida superior. Vamos ver o que resultou tão bem e o que ficou um pouco à quem das expectativas.
Takeshi Kovacs está de regresso e desta vez numa nova sleeve (protagonizado por Anthony Mackie, Falcon em “Capitão América: Soldado do Inverno”) com upgrades militares e novos truques. Kovacs foi trazido de volta para proteger um Meth que lhe diz que se encontra em perigo. Mas antes que ele consiga proteger ou descobrir porque alguém está a assinar o Meth, ambos são atacados e este é assinado. Takeshi Kovacs resolve então continuar a investigação e isso irá trazer certos fantasmas do passado.
Esta temporada dá um salto enorme no que diz respeito às sequências de ação e também na exploração dos temas e mitologias. Vamos descobrir mais sobre a origem dos “stacks” e também vai explorar mais a relação entre Kovacs e Quell. O tema central da história de “Altered Carbon” é sempre a ideia do “viver para sempre”, porém isso implica que muitas pessoas simplesmente não evoluem e fiquem sempre presas aos seus maus hábitos e falta de empatia. Afinal de contas a critica social foi sempre o ponto alto do estilo Cyberpunk Noir.
Mas há quem evolua, quem aprenda as lições e, até, quem finalmente compreenda que viver para sempre simplesmente não é natural e leva á corrupção da alma. Este tema mantém-se nesta temporada e mostra esses dois lados na forma de duas personagens femininas em lados opostos. Uma história mais madura e com potencial para ser mais profunda mas que ainda não chegou lá.
Anthony Mackie como Takeshi Kovacs apenas resulta em algumas cenas, apesar dos talentos do actor ele não consegue bem captar o carisma arrogante deste personagem. Falta-lhe algo que nos faça realmente torcer por ele. Anthony brilha nas cenas de ação e combate, disso não haja duvidas. Mas as estrelas desta temporada são sem dúvida Renee Goldsberry como Quellcrist Falconer, Chris Conner como Poe e Simone Missick como Trepp.
Renee, que apenas nos deu uma amostra do potencial da Quell, desta vez tem o tempo de antena merecido. Porém a sua química com Kovacs de Anthony Mackie não é a mesma que com Joel Kinnaman (Kovacs da primeira temporada) ou até mesmo com o Kovacs Prime (Will Yun Lee). Chris Conner regressa como o A.I. Poe e com um desenvolvimento bem mais interessante. Esta é talvez das personagens mais queridas pelos fãs e não desiludiu. Trepp foi a surpresa desta temporada como uma bounty hunter cheia de atitute e a sua química com Kovacs de Anthony Mackie resultou bastante e espero que ela volte para a próxima temporada.
Para finalizar, a segunda temporada de “Altered Carbon” continua a ser interessante o suficiente e com a ajuda de uma belíssima estética e efeitos visuais assim como sequências de ação. Tendo em conta os temas profundos e filosóficos espero que na próxima temporada haja mais desenvolvimento e que esta série não tenha medo de perguntar questões difíceis e de tentar dar as repostas. No fim ao cabo essa é a grande parte do interesse neste género.