Todos os anos existe uma pérola no mundo do cinema que aparece do nada e consegue surpreender pela positiva quem a vê. Este ano temos “Anna e o Apocalipse”.
É uma das poucas pessoas que um dia pensou “Era engraçado se “High School Musical” se passasse durante o Natal. E, já agora, houvesse zombies e fosse mais hardcore”? Se sim, então as suas preces foram ouvidas.
“Anna e o Apocalipse” conta a história de Anna (Ella Hunt). Uma adolescente que vive com o pai mas tem o desejo de sair da pequena cidade onde vive. Na época natalícia, o Mundo é atacado por uma epidemia de zombies. Anna e os seus amigos terão então de unir forças de modo a poder chegar à escola para serem resgatados. No meio de toda a matança, há tempo para músicas e coreografias como um típico musical para adolescentes.
Se acha que a ideia de um musical natalício onde as personagens têm de matar zombies para sobreviver é ridícula… Não é o único. De facto, numa perspetiva teórica, esta é uma ideia fora da caixa que dificilmente resultaria no grande ecrã. Mas, estranhamente, o resultado final é muito bom.
O realizador John McPhail tem o condão de perceber que a ideia do filme é bastante incomum. Por esse motivo, diverte-se ao máximo com a ideia, de acordo com o budget que tinha para o fazer. O argumento não tem um enredo excecional, mas é divertido, pejado de músicas orelhudas, e goza com muitos dos clichês a que estamos habituados em filmes musicais e, até mesmo, em filmes sobre zombies.
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Todas as personagens não passam de estereótipos daquilo que representam. Temos a rapariga rebelde, o melhor amigo que quer ser mais que melhor amigo, o rebelde de quem ela gosta, os amigos desajeitados socialmente. Apesar de não haver grande profundidade na personalidade das personagens, todas são interessantes e divertem a audiência. Neste registo, os atores oferecem performances desajeitadas e over-the-top, que não se ajeitavam noutros filmes, mas que neste caso assentam como uma luva.
Considero que “Anna e o Apocalipse” tenha falhado na escolha do vilão. Em vez de terem aceite que o vilão seria a situação em que as personagens estão envolvidas, fazem com que uma das personagens tenha uma reviravolta inesperada e com pouca motivação. Acaba, então, por não se encaixar bem no enredo. Isto, a acompanhar com algumas piadas que procuram uma gargalhada fácil sem sucesso, são os pontos fracos do filme.
No geral, “Anna e o Apocalipse” é um filme divertido, que não se leva demasiado a sério, e que consegue captar a atenção do espectador. Com uma mistura de géneros peculiar, transforma-se num dos filmes mais inesperados deste ano e que poderá surpreender quem estiver disposto para embarcar na viagem.