Crítica: “Transformers – O Último Cavaleiro”, de Michael Bay

Tabela de Conteúdo

((PODE CONTER SPOILERS, ATENÇÃO))

Nem sei por onde começar, se falo dos aspectos negativos ou positivos do filme…

Já passaram 10 anos desde que o primeiro filme dos Transformers foi lançado. Eu lembro-me perfeitamente do hype por detrás do filme, eu próprio tinha essa hype, e essa hype fez com que o filme fosse um sucesso de bilheteiras, mesmo tendo criticas que variavam entre medíocres e positivas. E, nos dias de hoje, quando faz dinheiro mandasse sempre fabricar mais, por isso lá se criou um novo franchise em torno destes robôs gigantes, e para muitos isso foi um grande erro porque à medida que se foram fazendo mais, foram-se tornando piores. Já se fizeram 3 sequelas, todas mal recebidas a nível crítico, mas os fãs das explosões de Michael Bay não parecem parar de voltar para ver mais. Por isso fizeram agora uma quarta sequela, com uma nova equipa por detrás do argumento, visto que o argumento era quase sempre o alvo principal de todas as críticas. Com isso, muitos ficaram com a ideia de que a franchise ia dar a voltar de 180º que o franchise Velocidade Furiosa teve com o seu 5º filme. Quando o trailer acabou por sair, as pessoas ficaram com cada vez mais certezas dessa volta pois o tom do filme parecia mais negro.

Quer dizer, Optimus Prime a virar mau da fita? Só podia prometer algo bom!

© 2017 Paramount Pictures. All Rights Reserved. HASBRO, TRANSFORMERS, and all related characters are trademarks of Hasbro. © 2017 Hasbro. All Rights Reserved.)

E agora que o filme chegou às salas de cinema, qual o veredicto? Consegue Michael Bay fazer o grande filme que muitos têm estado à espera desde o seu primeiro?

Como normalmente se pede as más noticias primeiro, acho que vou começar pelos aspectos negativos.

A nível de história, o filme volta a ter a mesma trama que os antecessores. São os Transformers e os humanos à procura de algum objecto especial que pode destruir o planeta Terra e/ou salvar o planeta Cybertron, o que já começa a cansar. As personagens novas do filme ou são pouco desenvolvidas, ou não têm nada para fazer senão serem irritantes ou parecerem bonitas, ou não têm sentido nenhum para o desenvolvimento da história. E sim, também vou já dizer que a actuação de muitos é má. Mesmo má. Para além do desempenho de Anthony Hopkins, que parecia estar a divertir-se à brava neste filme, de Mark Wahlberg e de algum voice acting, não há muito que se diga.
A vilã do filme também é alguém que lá está só por estar, porque esta não faz mais nada senão dar ordens.
Outra coisa negativa no argumento é a comédia. Não tem as piadas racistas de que muita gente se queixa, mas mesmo assim as piadas são desperdiçadas porque as personagens que as dizem são completamente irritantes, e ao serem-no acabamos por não achar graça nenhuma, desejando apenas que a personagem saia da nossa frente o mais rápido possível.
Mas, sinceramente, o que mais me desiludiu foi a má utilização da ideia de tornarem o Optimus Prime um dos maus da fita deste filme. Não vou dizer nem como nem porquê porque não sou de dar spoilers, mas foi mesmo desperdiçada uma oportunidade de fazer algo mais com uma ideia que supostamente ia atrair muita gente a ir ver este filme.
Por fim, acrescento que a edição do filme era um pouco mesquinha.

© 2017 Paramount Pictures. All Rights Reserved. HASBRO, TRANSFORMERS, and all related characters are trademarks of Hasbro. © 2017 Hasbro. All Rights Reserved.)

Mas pronto, depois deste desabafo negativo, vamos entrar nas óbvias coisas positivas deste filme: todos os aspectos técnicos.
Eu não preciso de dizer o quão bons os efeitos especiais deste filme são, porque para quem segue este franchise desde o primeiro filme sabe muito bem que estes são dos melhores CGI que se pode ver. Sim, eu sei que as coisas não estão realmente ali, como qualquer um, mas ao menos também não senti que o que via era falso.
As cenas de ação estão muito bem conseguidas por parte de Michael Bay, e vê-se mesmo que ele quis usar a sua nova inovação de câmaras IMAX 3D para tirar o melhor proveito delas, e a mistura de som nessas cenas está soberbo. Há quem possa achar a mudança do Aspect Ratio do filme (para quem for ver neste formato) um pouco distractivo, mas sinceramente não foi algo que me tenha incomodado, pois estava tão sugado no que estava a acontecer que acabava por me passar ao lado.
Algo que sempre dei crédito a estes filmes e nunca vejo pessoas a mencionar, mesmo no horrível “Transformers: Retaliação”, que é de longe o pior filme do franchise, é a banda sonora, que é composta mais uma vez pelo subvalorizado Steve Jablonsky, que compõe as bandas sonoras do franchise desde o inicio. Sempre que menciono um aspecto positivo em qualquer dos filmes, a banda sonora de Jablonsky é sempre o que vem ao de cima primeiro, e gostava de ver este homem a trabalhar em mais coisas para além disto.
Concluindo, este filme foi feito para ser visto e apreciado no maior ecrã e com o melhor sistema de som possível, o que faz com que eu aconselha vivamente ir ver este filme na sala IMAX.

© 2017 Paramount Pictures. All Rights Reserved. HASBRO, TRANSFORMERS, and all related characters are trademarks of Hasbro. © 2017 Hasbro. All Rights Reserved.)

Que se pode dizer… Acabou por sair mais do mesmo. Má representação da maior parte do elenco, mau vilão, péssima e repetitiva historia e excelentes peças de ação, efeitos especiais e sonoros. Mas isso não me importa muito, sinceramente, visto que eu não desprezo estes filmes como a maior parte que já está à espera que estes filmes sejam obras-primas, pela maneira que os criticam.
Acho que se pode considerar este filme um futuro guilty pleasure, pois não é mau ao ponto de uma pessoa não o conseguir ver e achar que é uma ofensa para a indústria cinematográfica. Uma pessoa pode muito bem ver e rever este filme quando lhe apetecer, sozinha ou acompanhada e ter um bom bocado, e por isso até lhe dou algum crédito, pois muitas vezes isso também interessa. Na minha opinião, este filme não passa de um “filme pipoca”, um filme de grande orçamento de verão, um filme feito para se ver na sala de cinema sem pensar nos problemas da vida, para relaxar e ver um pouco de ação que não se vê todos os dias. Uma mera distracção de 150 minutos. E este filme deu-me exactamente isso, um bom tempo passado na sala de cinema.

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