Desde 2014 que a saga Monsterverse aumentava a antecipação pelo grande duelo de “Godzilla vs Kong”.
Agora, o duelo de titãs chegou ao cinema e é para ser desfrutado no maior ecrã possível.
É uma pena que em vários países, devido à pandemia, a Warner Bros. tenha tomado a decisão de estrear “Godzilla vs Kong” diretamente na HBO Max, em vez de aguardar mais algumas semanas pela reabertura dos cinemas. É uma pena ainda maior os espectadores que decidiram ver este e outros filmes ilegalmente, em vez de aguardarem pela reabertura dos cinemas.
Felizmente, em Portugal, o filme chega aos cinemas com direito aos maiores ecrãs do país (IMAX e Cinemax) e às experiências mais imersivas (4DX e Xvision), pois este é um daqueles filmes que ganha muitos pontos ao ser visto numa sala de cinema.
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Admito que não ia com grandes expectativas. Tanto “Godzilla” como “Kong: A Ilha da Caveira” garantiram um bom entretenimento apesar de algumas falhas na construção emocional das personagens humanas (por exemplo, a decisão que tomaram com a personagem de Bryan Cranston em “Godzilla”).
Mas “Godzilla II: Rei dos Monstros” foi uma desilusão total com as grandes lutas a decorrer no escuro, pejadas de chuva, lama, nevoeiro e luzes, que impediam ainda mais que se visse grande coisa do que estava a acontecer.
No entanto, “Godzilla vs Kong” corrige a direção da saga e o realizador Adam Wingard (“You’re Next”) pega no melhor dos dois primeiros filmes para um duelo de titãs com três grandes batalhas, com uma imagem limpa e nítida, que permite apreciar a construção das cenas e sobretudo, um trabalho impecável da equipa de efeitos visuais.
Neste filme, o grau de detalhe dos efeitos visuais é do melhor que se viu nos últimos anos. Para além dos titãs, o plano de fundo das batalhas, quer seja as cidades destruídas de Hong Kong ou Pensacola, o oceano ou a selva, tem uma atenção ao pormenor incrível, que certamente ocupou uma vasta equipa técnica durante meses a fio.
Para qualquer lado em que olhemos durante uma batalha, tudo está perfeitamente integrado no cenário: o movimento da água, as ondas de choque, os incêndios, os vidros partidos, os edifícios a colapsar… E verdade seja dita é isso que procuramos num filme como “Godzilla vs Kong”. Entretenimento puro com Godzilla contra King Kong e toda a destruição que isso implica.
Por sua vez, o elemento que conecta os humanos aos titãs neste filme recai sobretudo na estreante Kaylee Hottle e na sua forte ligação emocional a King Kong, da qual não elaborarei mais para evitar spoilers. A jovem atriz é acompanhada por Rebecca Hall, Alexander Skarsgård e Eiza González, na viagem para salvar Kong do ataque iminente de Godzilla.
Sim, o filme tem alguns plot-holes. Sim, toda a aventura paralela de Millie Bobby Brown, Brian Tyree Henry e Julian Dennison podia nem existir que não fazia a mínima diferença. E sim, o vilão interpretado por Demián Bichir é de novo um megalómano a querer brincar a Deus. Mas isso faz parte da aventura e ao contrário do que aconteceu em filmes anteriores, desta vez não tira nada ao valor de entretenimento apresentado.
“Godzilla vs Kong” encontra-se em exibição nos cinemas portugueses. O visionamento para esta crítica foi feito numa sala IMAX.