Mulher Maravilha 1984 veio para animar este Natal e puxar as pessoas para a sala de cinema. E que boa razão para voltar ao cinema!
Depois de muitas dúvidas sobre esta estreia no cinema, a Warner Bros. arriscou e decidiu avançar com a passagem pelos cinemas. Um óptimo presente de Natal para todos os que sentem falta de um novo filme de super-heróis.
O Universo da DC voltou, às costas de Diana Prince e da sua Mulher Maravilha. Esta sequela tem tudo para resultar: o primeiro filme teve críticas maioritariamente positivas, Patty Jenkins voltou para a realização, bem como Gal Gadot e Chris Pine nos papéis principais. O entusiasmo para ver este “Mulher Maravilha 1984” era muito!
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[ATENÇÃO: Crítica com SPOILERS]
O filme não perdeu tempo e entrou logo a matar. Quem viu a cena inicial sabe que somos logos transportados para uma espécie de jogos olímpicos de Themyscira. Lilly Aspell volta como mini-Diana para entrar na competição, sob o olhar atento de Hippolyta (Connie Nielsen) e Antiope (Robin Wright). Infelizmente, o papel de Wright é mínimo, ao contrário do primeiro filme em que há uma grande cena de luta e oportunidade desta personagem brilhar.
Esta cena inicial é a prova que devemos ir ao cinema para apreciar este filme. Toda a cinematografia, a edição e mistura de som e a belíssima banda sonora de Hans Zimmer… Este filme foi feito para se ver no grande ecrã. É uma pena que nem todos possam ter a oportunidade de o fazer, mas quem puder, encorajo vivamente a irem ao cinema! É sem dúvida uma experiência mais absorvente e mais rica.
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O filme salta para os anos 80, onde Diana (Gadot) vive como uma cidadã normal (dentro do possível) na cidade de Washington. Ela continua a dar o seu melhor todos os dias, ajudando quem precisa dela. No entanto, não dá para não sentir esta solidão de Diana, que secretamente deseja estar com Steve Trevor (Pine).
É no trabalho do Museu que Diana conhece Barbara Minerva (Kristen Wiig), a sua nova colega nerd que fica encarregue se examinar uma pedra antiga. Esta pedra concede magicamente um desejo a cada pessoa. Claro está que sabemos o que Diana mais deseja; já Barbara, deslumbrada com a beleza e carisma de Diana, só deseja ser como ela. Mal Barbara sabe que Diana não é propriamente uma arquelogista comum…
Há também um terceiro desejo: Maxwell Lord, brilhantemente interpretado por Pedro Pascal, entra em acção como um excêntrico magnata do petróleo. Este faz uma doação ao Museu, na esperança de se aproximar de Barbara e da pedra mágica, algo que consegue facilmente. Lord não quer só um desejo, então pede para se transformar na própria pedra. Porém, nenhum desejo vem sem uma grande consequência. Lord consegue contornar estas directrizes, ao fazer com que as pessoas lhe peçam desejos e, em troca, ele coloca as consequências a seu favor.
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Esta entrada de uma personagem como Lord, um autêntico vilão, não deu espaço para a outra antagonista da história crescer. Barbara e o seu desejo de ser como Diana tornam-se realidade, mas a consequência é a perda do seu lado humano. Entra em acção Cheetah, que aparece na última parte do filme. Não gostei muito da aparência, parecia que tinha saído do musical Gatos… Wiig merecia mais tempo de antena! Já Pascal, o Todo-Poderoso ambicioso da história, presenteou-nos com uma grande performance, digna de mau da fita.
Diana viu o seu desejo de trazer Steve de volta concretizado todavia, a consequência é altamente grave: a perda dos seus poderes. Gadot e Pine tem grande química no ecrã e as cenas deles foram tanto divertidas como enternecedoras. O roubo do avião e a cena do fogo-de-artifício foi mais um bom motivo para ver esta cena na sala de cinema. A luta caótica deles em pleno Egipto contra Lord e companhia foi um dos grandes momentos do filme! Ao nível da cena das trincheiras do primeiro.
No entanto, nem a Mulher Maravilha pode pagar este preço e o adeus foi inevitável. Foi de coração partido que assistimos à ultima cena deles. Diana encara a realidade e tenta parar Lord de fazer mais desejos, pois as consequências serão catastróficas se não o fizer.
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Como fã da Mulher-Maravilha e da parceria Gadot-Jenkins, gostei imenso do filme. No entanto, senti outra vez que Jenkins teve uma certa dificuldade em dar um fim digno. Já no primeiro filme senti o mesmo, excelente filme, mas cujo o final não faz jus a esta grandiosa personagem… Fiquei desapontada com a maneira como Diana resolveu o problema Lord ou Barbara, pareceu uma solução básica e quase sem esforço.
Todo o filme é uma diversão de cores (não fossem os anos 80), efeitos visuais, coreografias de luta, acompanhadas da brilhante banda sonora. Mulher Maravilha 1984 é uma autêntico espetáculo, um bom motivo para voltar ao cinema. Jenkins oferece mais um bom filme para o Universo DC e Gadot dá outra vez uma perfomance calorosa e carismática como Diana, que é exactamente o que precisamos nesta altura.
Obviamente que este filme não nos pode fazer esquecer esta crise de saúde mundial. Mas, esta maneira revolucionária que a Warner Bros. arranjou é definitivamente um ponto de viragem na história de Hollywood e no negócio da indústria. Esperamos ver novamente a Mulher Maravilha no grande ecrã, sem pandemias de preferência, para nos entreter e relembrar de que são feitos os super-heróis.
Mulher Maravilha 1984 estreou em Portugal a 16 de dezembro e está disponível nos cinemas em todos os formatos de exibição.