O Primeiro Homem na Lua – Um Espaço tão Intimista

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Depois de “Whiplash – Nos Limites” e “La La Land: Melodia de Amor”, Damien Chazelle traz-nos agora “O Primeiro Homem na Lua”, um filme sobre Neil Armstrong e o seu esforço pessoal para ser o primeiro homem a ir onde ninguém tinha ido antes.

Damien Chazelle conseguiu novamente. Depois de realizar excelentes filmes em “Whiplash – Nos Limites e “La La Land: Melodia de Amor, o realizador regressa aos grandes ecrãs com “O Primeiro Homem na Lua” e, com apenas três filmes no reportório, destaca-se como um dos melhores cineastas da última geração.

o primeiro homem na lua

Desta vez, leva-nos a olhar para a vida de Neil Armstrong (Ryan Gosling), o primeiro homem a pisar a Lua em 1969. Num decurso de 8 anos, vimos todo o esforço e rigor que ele emprega no seu treino. Tudo para se tornar o astronauta mais reconhecido do Mundo. Mas também nos oferece um olhar mais intimista e familiar. A relação com a sua mulher Janet (Claire Foy), os seus dois filhos e a perda irreversível da sua filha.

Ao contrário de outros filmes que contam histórias espaciais, “O Primeiro Homem na Lua” foca-se mais nos eventos pessoais do que na própria viagem em si. Acompanhamos Ryan Gosling durante anos, a entrar no programa da NASA e a treinar para ir à Lua, tal como nos tumultos familiares. Vimos o efeito que as complicações no trabalho têm sobre a sua vida. E, eventualmente, a serem a causa de afastamento entre Neil Armstrong e os que o rodeiam.

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Todos os atores dão uma óptima performance, tanto Gosling como Foy, mas também Jason Clarke, Kyle Chandler e Corey Stoll. Estes fazem parte do grupo de colegas e amigos de Armstrong nesta sua aventura além fronteiras.  Todos agarram nas suas personagens e oferecem representações naturais e sólidas. Tudo sem recorrer a momentos hollywoodescos que fariam arregalar os olhos da Academia.

Todas as sequências que envolve o treino e a própria viagem espacial são os pontos altos do filme. Com uma fotografia deslumbrante e uma banda sonora arrepiante, Damien Chazelle foca-se no realismo das sequências. Onde muitos filmes poderiam apostar fortemente nos efeitos especiais, Chazelle aposta em planos subjetivos, edição e mistura de som. Tudo para nos transportar para dentro das cápsulas dos foguetões e sermos passageiros nesta viagem. Prende-nos assim à cadeira e deixando-nos de respiração suspensa.

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Porém, o filme tem dificuldade em equilibrar a história de Armstrong, o Astronauta, e Armstrong, o Homem de Família. Ambas as histórias são importantes para o desenvolver uma da outra, porém uma é mais cativante que outra. Pelo facto de Ryan Gosling nos dar uma performance de um indivíduo bastante estóico e impassível, torna-se complicado para a audiência criar uma empatia para com a sua situação familiar.

Os momentos de treino e de exploração espacial são mais chamativos do que os momentos familiares. O filme está sempre a entrecortar a ação com drama. O que confere assim um ritmo lento ao filme. Isto poderá ser um obstáculo para alguns espectadores e perdê-los enquanto estes olham para o relógio.

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Isto não desvia o facto deste ser um filme espectacular. Um filme que conta uma história patriótica sem receios de mostrar a controvérsia e revolta que a população sentiu na altura sobre os gastos do Governo Americano neste programa.

O Primeiro Homem na Lua” é uma viagem espacial intimista, sem muitos artifícios e totalmente focada na viseira de Ryan Gosling. É um olhar singular de um acontecimento global que deve ser experienciado no cinema.

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