“The King” – Pesada é a cabeça que carrega a coroa

"The King" é dos filmes da Netflix mais aguardados deste ano. Timothé Chalamet e Robert Pattison cativam nosso , e muito, o nosso interesse. Mas a questão é: A presença destas estrelas é o suficiente para fazer deste filme um sucesso? Vamos descobrir!
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Em “The King” Timothé Chalamet e Robert Pattison cativam (e muito) o nosso interesse. Mas a questão é: A presença destas estrelas é o suficiente para fazer deste filme um sucesso? Vamos descobrir!

“The King” é, talvez dos filmes originais da Netflix mais aguardados deste final de ano. Este é baseado nas tão famosas peças de Shakespeare sobre o reinado “dos Henriques”, Henrique IV e Henrique V, desta vez num filme. Muitos de nós vimos a aclamada série da BBC Hollow Crown onde nos papeis principais tínhamos nomes como Jeremy Irons e Tom Hiddleston.

Mas, esta versão está longe da poesia Shakespeariana e com uns “F*da-se” adicionados! Porém, ainda assim, muito perto dos seus temas e drama. A historia passa-se no século quinze e o rei Henrique IV está doente e ás portas da morte e o seu sucessor, príncipe Hal, é um jovem boémio que passa os seus dias (e noites) mergulhado no álcool e mulheres.

Mas nem tudo são rosas, o filme tem alguns problemas…

A relação entre pai e filho é, no mínimo, frágil (estou a ser generosa) e o príncipe Hal não quer saber das suas responsabilidades, até que  estas lhe caírem no colo. Ao se tornar o rei Henrique V ele terá que demonstrar que é apto, não só para governar como também salvar uma Inglaterra dividida nas ameaças do Dauphin Francês (Robert Pattison).

Timothé Chalamet (“Chama-me pelo teu nome“)prova que é um actor maduro e que consegue carregar o peso de um filme com uma interpretação fantástica. A surpresa maior vem sem duvida de Robert Pattison (“O Farol“) que só demonstra que o seu talento vai muito além do  seu passado como estrela da saga “Crepúsculo”. A sua prestação como o Dauphin é quase uma caricatura (o seu sotaque é fantástico) e confesso que fiquei triste por ser tão curta. Joel Edgerton (“Warrior“) como Falstaff faria o próprio Shakespeare orgulhoso! E não me admira pois o actor é também um dos argumentistas e isso reflecte-se na sua dedicação a esta personagem tão distinta nas peças. Poderia falar de todos os actores porque, de facto, são todos tão bons que “até dói”.

 

Mas nem tudo são rosas, o filme tem alguns problemas que tenho que apontar. É extremamente longo e algumas cenas poderiam ser cortadas ou mais breves. Acho que se perdeu uma oportunidade de explorar a relação/amizade entre o principe Hal e Falstaff. Esta apenas teve uns meros minutos de vida. Estas personagens mereciam mais tempo de forma a cimentar a sua importância e o motivo pelo qual certas decisões são tomadas no filme.

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Fora isso o resto é de louvar. As cenas da batalha são sangrentas e sujas e ficamos com a sensação que estamos ali na lama com os soldados e quase, quase sentimos cada facada na pele. Uma banda sonora apropriada e uma fotografia que nos deixa a pensar se não seria melhor termos visto no grande ecrã.

Para resumir: “The King” vale (e bem) o nosso tempo, mesmo com as suas falhas é um excelente filme histórico. Um retrato sobre a juventude com demasiado poder nas mãos, sobre o peso das responsabilidades e essencialmente sobre quem devemos dar a nossa confiança. Nem sempre àqueles que nos são mais próximos.

The King” encontra-se disponível na Netflix desde 1 de Novembro

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