12 Anos Escravo – Do paraíso da liberdade ao inferno da escravidão

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“12 Anos Escravo” é um filme realizado por Steve McQueen, que estreou em Portugal a 2 de Janeiro de 2014 e que ganhou o Óscar de Melhor Filme, Melhor Atriz Secundária (Lupita Nyong’o) e Melhor Argumento Adaptado (John Ridley).

Quanto aos BAFTA, venceu nas categorias de Melhor Filme e de Melhor Ator (Chiwetel Ejiofor). Já nos Globos de Ouro venceu também na categoria de Melhor Filme Drama.

“12 Anos Escravo” é um filme baseado em factos verídicos e que conta a história de Solomon Northup, interpretado por Chiwetel Ejiofor, que vive com a sua esposa e os seus dois filhos em Nova Iorque trabalhando como violinista. Um dia Solomon é abordado por dois homens que o convencem a ir para Washington DC trabalhar por duas semanas, mal ele sabia no que se estava a meter.

Quando chegam a Washington DC  os dois homens que o contrataram, embebedam Solomon e levam-no para uma propriedade, onde passará os piores 12 anos da vida dele a trabalhar como escravo, até aparecer Samuel Bass, um carpinteiro interpretado por Brad Pitt, que é contra a escravidão e que vai ajudar Solomon a sair da propriedade.

O primeiro ponto que merece ser destacado é a maneira como Steve McQueen não suaviza em nada o filme. A crueldade está sempre presente, tanto nos momentos de sofrimento físico, quanto em diálogos que mostram como era a dura realidade da época, mostrando assim como o Homem às vezes consegue ser o pior inimigo dele mesmo.

Outro ponto que merece ser destacado é o realismo usado por Steve nas cenas de crueldade perante os escravos, não suavizando, nem como se costuma dizer passando «paninhos quentes» em nada sobre as cenas, chocando assim o espectador.

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Uma das cenas que retrata perfeitamente o que eu acabei de mencionar em cima e que me choca bastante a mim particularmente, é quando Patsey (Lupita Nyong’o) é chicoteada primeiro por Solomon a mando de Edwin Epps (Michael Fassbender) e depois pelo mesmo, por causa de Patsey ter ido buscar um sabonete para tomar banho e Edwin não ter acreditado nela.

Por fim, outro aspeto que merece ser destacado é o elenco do filme que parece ter sido escolhido a dedo desde os atores principais aos secundários, desde os mais conhecidos até aos menos conhecidos, que interpretam o seu papel de forma excelente, mas claro, como em todos os filmes existem sempre aqueles atores que se destacam mais e neste filme não é exceção, por isso, eu destacaria Chiwetel Ejiofor e Lupita Nyong’o.

Chiwetel Ejiofor, agarra com unhas e dentes o papel da sua vida e não decepciona. O protagonista do filme consegue passar todas as emoções de Solomon perfeitamente, fazendo o público sentir na pele toda a dor e sofrimento que acompanham a saga do escravo. A sua atuação ainda é coroada por cenas emocionantes que mostram toda a crueldade da época. Destaque para a cena sublime em que Solomon fica pendurado numa árvore após quase ser enforcado.

Lupita Nyong’o, surpreende porque consegue tirar muitas vezes o foco do protagonista, mesmo nas poucas cenas em que participa.

Para quem gosta de filmes baseados em factos verídicos e dramas históricos, é um filme que eu aconselho a ver vivamente, pois é um filme que consegue cativar o espectador do princípio ao fim, por causa da maneira brilhante com que os atores interpretam os seus papéis e as suas cenas chocantes ao longo do filme.

Curiosidades:

  • Esta não-ficção, baseada num livro de memórias escrito em 1853, também foi a fonte do telefilme de 1984, “American Playhouse: Solomon Northup’s Odyssey”, com Avery Brooks.
  • Este é o terceiro filme do realizador Steve McQueen com o ator Michael Fassbender, depois de “Fome” e “Vergonha”.
  • É o primeiro filme de Lupita Nyong’o, que brevemente participará em “355” (estreia a 21 de Janeiro de 2021) e na série “Americanah” (2021).
  • Michael Fassbender desmaiou depois de fazer a cena da violação.
  • A filha de Steve McQueen pediu-lhe para escolher Sarah Paulson, depois de a considerar assustadora no seu vídeo de casting.
  • Juntamente com “Gravidade” (2013), este é o primeiro filme a empatar como Melhor Filme no Producer Guild Awards.

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