Kristen Stewart mostra a sua destreza como actriz ao liderar “Underwater”.
Um filme que nos comprova o quão claustrofóbica a água se pode tornar.
Em tempos de pandemia que vivemos, o melhor remédio para uma tarde bem passada é ficarmos submersos num outro ambiente, especialmente se este for hostil. Assim, porque não embarcarmos numa aventura debaixo de água acompanhados pela Kristen Stewart?
“Underwater” foca-se numa tripulação de explorados oceânicos, que trabalham para uma empresa de perfuração. Depois de um suposto terremoto ter destruído parte da infraestrutura e matado parte da população, os sobreviventes terão de lutar para sobreviver neste ambiente hostil, sendo que pode existir uma criatura lá fora que não gostou de ter sido incomodada.
Desde os primeiros instantes que “Underwater” se torna uma corrida frenética para a sobrevivência. Não perde tempo em tertúlias e oferece-nos acção palpitante como entrada, primeiro prato e sobremesa.
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Apesar de alguns momentos em que a imagem é um pouco mais escura do que o desejado, toda a acção é imersiva, com óptimos planos e excelente edição, fazendo com que o espectador consiga perceber tudo o que está a acontecer às personagens.
As personagens é onde “Underwater” encontra o seu maior defeito. Apesar de estar repleto de actores carismáticos, a verdade é que estes não têm muito com que trabalhar. As personagens não são muito aprofundadas, e o argumento apenas nos dá informação suficiente sobre cada um para que tenhamos o mínimo nível de preocupação para com eles.
Para além da já mencionada Kristen Stewart, temos ainda a Vincent Cassel, Mamoudou Athie e T.J. Miller a fazer-nos companhia nas profundezas do oceano. Todos óptimos actores, que se empenham nos seus papéis e nos dão a sua melhor versão possível das personagens que lhes são dadas. A única ponta a apontar será o humor vindo da personagem de T.J. Miller que, apesar de ser muito ao estilo dele, nem sempre consegue o efeito desejado.
O enredo é simples, é directo. De ponto A para ponto B, conseguimos perfeitamente perceber qual a progressão da história e o destino de cada uma das personagens. Porém, o maior feito do filme é a sua execução, conseguindo dar-nos perfeitamente o filme de acção/suspense com traços de ficção científica que nos é prometido.
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A claustrofobia é palpável a todo o momento, a acção é recheada de suspense e os momentos de ficção científica são monstruosos, conseguindo agradar a qualquer fã de H. P. Lovecraft (quando chegarem ao fim percebem).
No fim, acompanhado por uma banda-sonora totalmente adequada e efeitos visuais igualmente interessantes, “Underwater” torna-se um excelente filme para entreter qualquer tarde/noite de quarentena. Para passar um bom momento, basta suster a respiração e mergulhar.
“Underwater – Submersos” já está disponível em VOD e chega brevemente aos Canais TVCine.