“Black Widow – Viúva Negra” explora o passado da personagem titular e chega no dia 8 de julho aos cinemas e dia 9 ao Disney+!
“Viúva Negra” explora o passado de Natasha introduzindo ao mesmo tempo o futuro do legado da heroína.
Em julho 2019, chegou ao grande ecrã o filme “Homem-Aranha: Longe de Casa”. Desde então, e devido à pandemia da Covid-19, a Marvel foi forçada a adiar a estreia de vários dos seus filmes. Passados 2 anos, o estúdio parece agora confiante de regressar ao grande ecrã com o muito esperado e pedido pelos fãs, “Viúva Negra”.
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Em “Viúva Negra”, finalmente vemos Natasha Romanoff (interpretada por Scarlett Johansson) como personagem principal do seu próprio filme. Assim, e tendo em conta o desfecho do filme “Vingadores: Engdame”, este filme é uma prequela decorrendo na sua maioria entre os filmes “Capitão América: Guerra Civil” e “Vingadores: Guerra do Infinito” e começando com Natasha a fugir das autoridades.
Com o desenrolar da história, Natasha reencontra Yelena Belova (interpretada por Florence Pugh), em tempos a sua irmã adotiva. As duas decidem reunir os restantes membros da sua família adotiva, Melina Vostokoff (interpretada por Rachel Weisz) e Alexei Shostakov/Guardião Vermelho (interpretado por David Harbour), para que em conjunto consigam enfrentar o passado e travar as atrocidades da Sala Vermelha.
Um dos grandes pontos forte do filme são as personagens principais e as suas relações, de realçar a relação entre Natasha e Yelena. Embora estejamos habituados à grande presença de Scarlett Johansson, Florence Pugh deslumbra sempre que aparece no ecrã. De facto, Yelena tornar-se-á facilmente uma favorita dos fãs com a sua personalidade carismática e sarcástica, sem nunca comprometer as suas competências com espiã altamente treinada.
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Os restantes membros do elenco também trazem boas representações, no entanto não lhes é dado tanto tempo como seria necessário para se desenvolverem e deixarem a sua marca. Assim, embora Taskmaster seja um vilão competente e à altura de Natasha, tem pouco tempo de ecrã para explorar o seu passado e o que o torna interessante, sendo que teria sido ótimo termos mais momentos como o seu primeiro encontro de Natasha.
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Com o início do filme, apercebemo-nos que pretende ser diferente dos restantes filmes de super-heróis, focando-se na vertente de espionagem de Natasha. De facto, não só a história e ação, mas também o uso de imagens e conceitos de filmes de espionagem são notáveis. No entanto, estas caraterísticas vão sendo perdidas com o decorrer do filme, principalmente no ato final, voltando-se maioritariamente para a vertente de super-heróis.
A meu ver, esta alteração é mais notável ao nível da ação. No início do filme a ação é mais “viscerais”, levando-nos a sentir os impactos, sendo que as personagens saem de um confronto com mazelas. No entanto, com o passar do filme a ação começa a ser mais elaborada, deixando de ser tão pessoal e de ter tantas consequências, passando a recorrer a efeitos especiais para encher o ecrã.
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Um dos objetivos deste filme é fazer a despedida a Natasha. Assim, existem várias cenas mais carregadas emocionalmente. No entanto, e de forma semelhante a outros filmes da Marvel, são muitas vezes introduzidas demasiadas falas cómicas em momentos mais sensíveis. Inclusivamente, num desses momentos é feita uma piada demasiado extensa relacionada com a histerectomia. Assim, embora o humor seja importante para o filme, senti que dificultou o seu objetivo do filme de criar uma ligação mais emocional com as personagens.
Por fim, e como referi anteriormente, o filme introduz Yelena, que aparenta continuar o legado de Natasha, mas conta também o que aconteceu em Budapeste entre Natasha e Clint Barton. No entanto, considero que o filme, dentro do MCU, não acrescenta muito de novo, não sendo por isso uma peça chave e/ou imperdível para acompanhar a saga. De facto, o filme teria beneficiado se tivesse sido lançado entre “Capitão América: Guerra Civil” e “Vingadores: Guerra do Infinito”, fazendo a ligação entre os dois e dando a conhecer melhor a Natasha. Por sua vez, iria contribuir para o investimento emocional do público para os acontecimentos de “Vingadores: Endgame”.
Em suma, “Viúva Negra” é um bom filme de ação com personagens e performances interessantes. No entanto, como filme do MCU, peca pela o ano de lançamento, fazendo mais ter sentido ter sido lançado em 2017, quando os eventos do filme decorrem.
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