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Luca: Pixar peca pela simplicidade

Redacção
  • Julho 5, 2021
  • 3 min read

Luca” acompanha dois monstros marinhos, Luca e Alberto, na sua entrada no mundo dos humanos, tendo chegado exclusivamente ao Disney+ no dia 18 de junho.

Luca” não tem a complexidade de outros filmes da Pixar, sendo que o apelo visual pode não ser suficiente para agarrar todos os espectadores.

Devido à pandemia da Covid-19 e à crescente necessidade de garantir conteúdo novo aos serviços de streaming, chega exclusivamente ao Disney+ “Luca“. O filme acompanha as aventuras de Luca Paguro (voz de Jacob Tremblay) e Alberto Scorfano (voz de Jack Dylan Grazer), dois monstros marinhos, quando ambos decidem aventurar-se numa aldeia de humanos nas costas italianas.

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O filme começa com Luca a cumprir os seus deveres banais como monstro marinho enquanto sonha conhecer o mundo dos humanos. Ao aproximar-se da costa, ele conhece Alberto, que o convence a sair da água e lhe mostra que fora de água as suas escamas desaparecem, aparentando ser humano. Ambos começam a encontrar-se diariamente formando assim uma forte amizade.

Luca e Alberto decidem visitar uma vila de humanos ficando imediatamente maravilhados com o mundo que encontram. Conhecem também Giulia Marcovaldo (voz de Emma Berman) que os salva dos rufias locais. Os três decidem juntar forças e formar uma equipa para participar na competição local, a Taça de Portorosso.

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Pontos fortes do filme

Um dos pontos fortes é, sem sombra de dúvida, o facto de o filme se passar na costa italiana. Embora sejam digitais, o realizador Enrico Casarosa e a sua equipa conseguiram recriar paisagens extraordinárias transportando-nos para Itália. De facto, considero que neste filme Itália acaba por ser uma das personagens, estando entranhados na história elementos caraterísticos do país, desde as tradicionais pastas e gelato, às conhecidas motas Vespa.

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Por outro lado, embora “Luca” apresente mensagens de aceitação das diferenças e de superação dos receios interiores, considero que a simplicidade da sua história tenha impedido que estes temas fossem devidamente explorados. Isto é particularmente evidente quando comparamos “Luca” com outros filmes da Pixar com maior complexidade como “Soul – Uma Aventura com Alma“ ou em “Divertidamente”, onde o estúdio inseriu de forma orgânica e sofisticada na história mensagens complexas como as morte as emoções.

Adicionalmente, embora tenha gostado do final do filme e da dinâmica entre as personagens, senti que a história apenas começou quando Luca e Alberto foram para a vila de humanos (cerca de 30 minutos após o início do filme). Até aí o filme é basicamente um seguimento de acontecimentos sem que as personagens tivessem um objetivo ou propósito concreto tornando difícil criar uma ligação com filme no início.

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Em suma, em “Luca” somos transportados para a costa italiana acompanhando personagens carismáticas com dinâmicas interessantes. No entanto, embora o filme seja agradável, a falta de complexidade da história pode desiludir, principalmente para os fãs dos filmes mais complexos e sofisticados da Pixar.

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